Viajantes latino-americanos mudam seus hábitos e preferências

22 de Abril de 2019 3:37pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
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Os turistas latino-americanos não renunciam a viajar ante uma situação de recessão ou incerteza que se possa dar em seu país.

Esta é uma das principais conclusões do estudo “O turismo nacional - A tendência mais forte nos países de América Latina em 2019”, realizado por SiteMinder, a plataforma de aquisição de hóspedes. Não obstante, assinala que se produziram importantes mudanças em seus hábitos, em especial na eleição do destino, já que priorizam os destinos nacionais em frente a Europa ou Estados Unidos.

A investigação, que se levou a cabo com mais de 1.000 viajantes de México, Colômbia, Argentina, Chile e Peru, analisa as tendências de viagem dos turistas dessa região e conclui que estes têm mudado completamente pelas conjunturas económicas e sociais que se dão em alguns países atualmente e pelas necessidades que impulsiona a tomada de decisões para levar a cabo viajes não só de férias, senão também de trabalho.

Uma das mudanças ante uma situação de recessão ou incerteza é a forma na que desfrutam de suas férias. "A grande maioria dos interrogados se decanta por um destino nacional dantes que por Europa ou Estados Unidos", explica Jason Lugo, diretor regional para América Latina em SiteMinder.

Chile

Segundo o 28,6% dos chilenos interrogados, as decisões de viagem agora estão impulsionadas principalmente pelas ofertas dos operadores turísticos e pelas necessidades de grupo, já sejam familiares, amigos ou casal.

As viagens seguem fazendo parte do orçamento dos lares, mas um 41,4% assegura que, em comparação com outros anos, viajaram muito menos em 2018

Com respeito aos destinos, a oferta local segue tendo demanda. De facto, um 40,7% afirma que tem intenções de viajar pelo país neste ano. Não obstante, as viagens internacionais por Europa (10,8%) seguem em seus planos, além de América Latina (30%), região à que um 43,8% considera agora um destino mais barato viajar, especialmente Buenos Aires, Lima e Rio de Janeiro.

México

Em México, e de acordo com a análise de SiteMinder, um 40,2% dos interrogados considera que em 2018 teve a oportunidade de fazer mais viagens que no ano anterior e um 24,7% teve que diminuir sua despesa em turismo.

Para um 58,6% dos mexicanos as viagens de prazer seguem sendo a primeira opção, em frente ao 4,43% que também viaja por trabalho.

Os lares mexicanos não eliminam de seu orçamento as viagens, mas se viram na necessidade de recortar a duração, modificar os destinos, procurar ofertas para reduzir custos e investir maior tempo no planejamento para conseguir uma melhor experiência sem que afete a bolsa.

Ainda que o orçamento destinado para viajar é uma das principais razões para mudar os hábitos de consumo, de acordo com o 18,8% dos interrogados, para um 19,9% o âmbito familiar é um dos fatores que mais influem, seguido de 19,5% que expõem que é o trabalho.

Mesmo assim, um 48,3 % dos interrogados aposta por visitar os diferentes territórios de seu país, em comparação com só um 11% dos viajantes que espera visitar Europa, América Latina (24,7 %) ou outros destinos (5,5 %).

Peru

A mudança de hábitos de turismo para os peruanos interrogados segue dependendo principalmente das conjunturas familiares (21,9%) e trabalhistas (23,9%).

Apesar de que as estatísticas mostram que as viagens seguem fazendo parte do orçamento dos lares, um 41,4% dos participantes deste estudo assinala que, em comparação com outros anos, viajaram muito menos durante 2018.

As projeções para 2019 confirmam que ao menos um 15,9% tem pensado passar suas férias em Europa e um 30,2% em América Latina, onde existe a percepção de que as viagens são mais baratas (27,8 %).

Coincidindo com os cidadãos das outras quatro economias latino-americanas participantes no estudo, um 40,2% dos peruanos considera que suas viagens agora são mais curtas e que, num 29,8% dos casos, o alojamento mais barato segue sendo uma prioridade. Ao menos um 19,9% reconhece que toma bem mais tempo para o planejamento de suas viagens.

Argentina

Devido à crise económica que sofre este país, no caso dos turistas argentinos, um 68% se viu obrigado a modificar suas preferências de férias, sendo as viagens ao exterior um dos hábitos de consumo que mais tem sofrido o impacto a recessão.

Em 2018, o 64,2% dos argentinos viajou muito menos que em anos anteriores. As causas deste decrescimento estão justificadas num 57,5 % pelo aumento nos preços.

A situação atual do país, a inflação e a variação no preço de dólar têm feito que um 29,7% não considere fazer nenhuma viagem em 2019, impulsionados principalmente pelos ajustes em seus orçamentos e poupanças (17%).

Outros, em mudança, assinalam que viajarão a Europa (11,9%) ou por América Latina (22.2%), apesar de que um 56,7% vê esta segunda opção como um investimento bem mais caro que em anos anteriores.

Segundo o Observatório Económico de Agências de Viagens da República Argentina (OEATUR), o 75,6% dos agentes de viagens esperam um crescimento do turismo nacional durante o 2019.

Colômbia

Em 2018, um 43,9% dos interrogados afirma que viajaram bem mais que em anos anteriores, comparado com o 29,9% que disseram que menos e com um 26% que viajou o mesmo entre um ano e outro.

Para 2019, um 17,5% planea viajar a Europa, enquanto um 26,8% fá-lo-á por América Latina, considerado pelo 27,6% um destino bem mais barato.

Um 38,9% tem planeado viajar por Colômbia já que os preços são mais económicos e a possibilidade de viajar por terra, mar e ar faz que os orçamentos rendam bem mais.

O turismo de férias segue sendo o preferido. De acordo com os interrogados, um 46% viaja por prazer, em comparação com um 5% que o faz por trabalho.
 

Fonte: Hosteltur.lat

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