Iberia e Air Europa: intenções de uma compra

Espanha aprovou conceder um resgate de 475 milhões de euros a Air Europa, 95 milhões mais dos que a linha aérea solicitou em julho.

Mas Air Europa não poderá sustentar essa injeção de dinheiro se não se integra em Iberia, segundo publicou Bbusiness Insider recentemente, com citas de fontes próximas às negociações e que não tem identificado. Ao mesmo tempo, Iberia estaria pedindo à SEPI condições concretas para que a operação se ajuste a seus planos.

Assim, a débil geração de caixa da linha de Globalia pela pandêmia do coronavirus, ao que se somam os dois créditos concedidos pelo Estado que terá que devolver em 5 anos —ainda por aprovar—, fazem muito difícil que Air Europa possa o fazé-lo sozinha.

Air Europa ganhou em seu melhor ano 50 milhões, ingressando 70 (2018), mas este terceiro trimestre a linha aérea tem perdido mil e 300 milhões e já registrou perdas de três mil e 800 milhões entre janeiro e julho.

Por todo isso, Air Europa precisaria um segundo resgate público em primavera salvo que Iberia a compre, quem de momento, parace seguir interessada, mas não vai pagar os mil milhões do acordo de compra inicial; também não quer assumir as restrições que impõem os empréstimos da SEPI, pelo que teria solicitado ao Governo que as mude.

Iberia não quereria assumir as restrições da SEPI que impedem a partilha de dividendos até que não se devolva o dinheiro prestado e as que limitam os salários dos diretores.

O holding International Airlines Group (IAG), ao que pertencem Iberia, British Airways, Vueling e Aer Lingus, faz quase 12 meses fez público um acordo de compra por Air Europa por mil milhões de euros, numa operação que se fecharia no segundo semestre de 2020.

Agora, ambos os grupos se encontram numa situação muito diferente que em novembro de 2019, como o impacto do coronavirus no setor aéreo está durando mais do previsto e não se prevê uma recuperação da demanda até que tenha uma vacina, o que supõe dar por perdidos os próximos dois ou três trimestres.