Organizações ecologistas põem obstáculos para o novo aeroporto de Lisboa
O novo aeroporto de Lisboa segue sem passar a filtração dos ecologistas. O projeto consiste em ampliar a base militar aérea localizada no estuário do Tajo, na localidade de Montijo, onde habitam diferentes animais protegidos por tratados internacionais.
De acordo com o jornal El País, as organizações ecologistas Zero; ProTejo; Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves; Rocha; GEOTA; Fundo para Proteção dos Animais Selvagens e Liga para Proteção da Natureza têm denunciado o estudo ambiental que da via livre ao novo aeródromo. Os partidos políticos PC, Os Verdes e PAN também se mostraram contrários com essa iniciativa.
E é que a expansão da base aérea de Montijo implica a construção de uma praia de areia nos pântanos do Tejo, a maior zona úmida do país e uma das mais importantes do antigo continente em termos de proteção de aves aquáticas. De fato, o mencionado estudo ambiental reconhece o impacto na vida selvagem, embora inclua medidas para minimizá-la.
Vale ressaltar que, com o novo terminal, espera-se dobrar o tráfego de passageiros de 30 para 60 milhões. A organização Zero denunciou o plano ambiental citado por não contemplar os níveis de gases de efeito estufa que causariam esse aumento, que é "uma visão completamente contrária à sustentabilidade do planeta", afirmou o presidente Francisco Ferreira.
A concessionária dos aeroportos portugueses desde 2012, Vinci, será responsável pelo financiamento do projeto, cujo orçamento é de 1.150 milhões de euros até 2028. Desses, 500 milhões serão destinados à adaptação de Montijo; 156 às obras de acesso e o restante à modernização de Humberto Delgado. A implementação das medidas para reduzir o impacto ambiental em Montijo é estimada em 100 milhões de euros.
Outro problema que ameaça o novo aeroporto é o aumento do nível do mar, algo que complica as obras. E, se o projeto original do aeródromo não fosse modificado, uma de suas pistas seria inundada pelas marés. A verdade é que o governo português concede uma vida útil máxima de quatro décadas ao terminal do Montijo. Se, finalmente, este projeto não avançar, a escolha de alternativa será um atraso de 10 anos, para que Lisboa tenha outro aeródromo que ajude a descongestionar Humberto Delgado.