Crescerá chegada de cruzeiros a Buenos Aires por demanda de brasileiros
A Administração Geral de Portos (AGP) de Argentina informou que com a chegada de um navio esta quarta-feria, e até abril, se preveem 126 chegadas de barcos, um 28,5% mais que na temporada passada.
Estes navios, estima-se, transladarão 390 mil passageiros, 11% mais que os 350 mil prévios. De todos modos, as cifras seguem longe do recorde de 2012/2013, quando chegaram 160 navios com 510 mil 800 pessoas.
O aumento responde, sobretudo, a que se projetam mais chegadas de barcos desde o Brasil, com turistas desse país e de Uruguai, alentados pelo melhor tipo de mudança relativo, enquanto, em general, a oferta para argentinos se mantém similar, explicaram desde MSC Cruzeiros e Costa Cruzeiros, as duas principais empresas que operam no porto portenho.
"Mantemos a quantidade de dias operativos da temporada passada, mas agregamos uma saída, às duas que tínhamos, de minicruzeiros de 3 ou 4 noites. O aumento do mercado responde, mais que nada, a que cresceram as recaladas desde o Brasil, navios que num 90% ou mais são vendidos nesse país"; explicou Maximiliano González, diretor Comercial de Costa Cruzeiros.
"Nossa oferta mantém-se similar ao ano passado, mas com três barcos em lugar de dois, para compensar a uma nave que operará menos tempo; e o terceiro é compartilhado com brasileiros e uruguaios", precisou Javier Javier Massignani, Managing Diretor de MSC Cruzeiros.
Segundo os executivos, terá assim uma balança positiva em cruzeiros entre turismo emissivo e receptivo, já que chegarão mais barcos com estrangeiros que os que partirão com argentinos.
Costa, além de agregar um minicruzeiro mais, terá mais recaladas porque, em lugar de itinerários de 14 noites, oferece agora duas de sete, mais acessíveis. MSC terá um navio mais, mas compartilhado com brasileiros e uruguaios; por isso, espera um número similar de argentinos, mas mais 11% de estrangeiros.
Há um ano e durante 2019, lançaram fortes promoções para antecipar vendas, bebidas incluídas, upgrades de cabines e ofertas pontuas de 6 e 12 quotas sem interesse para tentar a clientes, o que redundou num bom nível de reservas. A incerteza eleitoral também pode ter ajudado a antecipar compras, ante a espera de uma maior alça do dólar depois das eleições. E o contar com promoções "todo incluído" (bebidas também) ajudou, já que o cliente se assegura ter todo o pagamento, para além do dólar, de antemão.
"Para MSC é uma aposta grande trazer um barco mais, conquanto tivemos que acomodar tarifas. O cruzeiro é a opção mais viável, inclui comidas e entretenimento e teve promos com bebidas; resolve as férias", disse Massignani.
Os executivos reconheceram que o Governo reduziu custos operativos a cruzeiros, ainda que não em forma significativa. Isso levou, disseram, a que as assinaturas tenham uma posição mais favorável para a região e a trazer mais barcos.
Também, se surpreenderam ao registar uma boa demanda de argentinos por cruzeiros pelo Caraíbas; no caso de Costa, também para Dubai e no de MSC, para o Mediterrâneo.