Voltarão os cruzeiros ao “paraíso” do Brasil?

05 de Março de 2020 2:32pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
Fernando-de-Noronha

O possível retorno dos cruzeiros ao arquipélago de Fernando de Noronha, o chamado "paraíso" do Brasil e o ponto mais distante desde o continente, como pretende o Governo federal, causará danos ambientais à ecossistema das 21 ilhas, segundo advertiram nesta quarta-feira as autoridades locais.

A intenção de "autorizar" os navios marítimos nas ilhas "deixa uma vez mais em evidência" a maneira de como o Governo federal "lida com o tema ambiental", declarou em um comunicado José Bertotti, secretário de Médio Ambiente de Pernambuco (nordeste), estado que administra territorialmente o arquipélago.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais ao lado do senador Flavio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, o titular do estatal Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto, indicou que o Governo pretende também criar pontos de pesca e mergulho em Fernando de Noronha.

Destino protegido

Desde 2013, impediu-se que os cruzeiros marítimos cheguem até as ilhas, porque seu grande tamanho e a quantidade de pessoas, 600 de uma só vez, atentavam contra o ecossistema.

"Fernando de Noronha é Património Natural dá Humanidade e as 21 ilhas do arquipélago refugiam uma biodiversidade única e não podem ser branco do modelo de turismo predatório sugerido no vídeo", ressaltou o secretário regional.

Na atualidade, o Governo de Pernambuco impede a entrada de plástico descartável às ilhas e promulgou uma lei que determina a substituição gradual de todos os veículos automotores de combustíveis fósseis pelos automóveis, camiões e autocarros elétricos até 2030.

Existe, do mesmo modo, um processo de contratação para estudos de capacidade em diversas áreas das ilhas, como em educação e saúde, e a lei de uso de ocupação da terra, com o objetivo de controlar as atividades comerciais e de morada popular.

"Seguiremos firmes no propósito de manter Fernando de Noronha como uma referência de preservação ambiental e de boas práticas de desenvolvimento sustentável e turismo", sublinhou Bertotti, quem lembrou que as ilhas têm um controlo do número de visitantes porque não existe água potável e o abastecimento é externo.

De acordo com Machado Neto, o ministro de Médio Ambiente, Ricardo Salles, prepara o enquadramento jurídico para que o Instituto do Meio ambiente (Ibama, regulatório) autorize finalmente a volta dos cruzeiros e as atividades de pesca desportiva e mergulho no arquipélago.

Fonte: EFE

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