FITUR 2021: propiciar a recuperação e reativar o turismo

02 de Novembro de 2020 10:52am
Redação Caribbean News Digital Portugues
FITUR2021-RETO

FITUR e IFEMA formam um binômio finque no setor turístico espanhol e, como tal, têm sido protagonistas de "Miradas Viajeras TV” (Olhadas Viajantes TV), com seus dois máximos responsáveis respondendo às perguntas do diretor e presentador do programa, Fernando Valmaseda.

A Feira devia ser celebrado sim ou sim e, ainda que em datas diferentes, terá lugar entre os dias 19 e 23 de maio de 2021. Temas como a pandêmia, os novos reptos, a digitalização ou a conetividade têm sido abordados pela diretora de FITUR, María Valcarce, e pelo diretor geral de IFEMA, Eduardo López-Puertas, quem tem posto em valor ao recinto ferial madrilenho como chave na luta contra a Covid-19: “IFEMA está criado para pôr ao serviço da sociedade; não somos sanitários mas devíamos facilitar a vida aos doentes”.

“Depois de uma edição recorde em todos os sentidos –a de 2020– a pandêmia mudou todos os planos para 2021. Mas queríamos preservá-la, conscientes de que tem um papel muito importante na reativação da indústria mais importante de Espanha, que é o turismo. Por isso elegemos a nova data depois de muita meditação e consultas, e confiamos que a situação, tanto sanitária como de conetividade, permita fazer uma feira como o setor merece”, afirma María Valcarce, diretora de FITUR.

O cartaz da próxima edição (elaborado dantes da pandêmia) representa um abraço profissional entre colegas e FITUR quer manter esse espírito. “Será uma cita dedicada ao reencontro presencial físico, ainda que terá também uma plataforma virtual muito potente que acompanhe à Feira e de um maior realce”. 

Sem pretender chegar às cifras do passado ano (11 mil empresas, 165 países, mais de 250 mil visitantes e um impacto econômico na Comunidade de Madri de uns 330 milhões de euros) “o mais importante agora não é o quantitativo senão o qualitativo. Contamos com o apoio e participação de todas as comunidades autônomas, praticamente com a mesma superfície que ocupavam; e confiamos que com a mudança de datas, e segundo avanço a evolução favorável da pandêmia, os destinos que tinham dúvidas possam confirmar sua presença. Dantes da mudança de datas estávamos quase ao 70%”.

Além de seguir apostando por temas como a sustentabilidade ou a digitalização, entre as novidades da próxima edição de FITUR está “reforçar a seção de festivais, ampliando o espectro para que recolha toda a atividade cultural (música clássica, teatro…) já que é dinamizadora do turismo”. Valcarce também anuncia que a próxima edição será “uma homenagem às Agências de Viagens e aos Turoperadores, que o estão passando especialmente mau. “Queremos construir algo bonito em torno deles que tenha um âmbito mais humano de networking e encontros B2B”. 

A diretora de FITUR reconhece que jamais se propuseram mudar o lugar da feira, ainda que Canárias se ofereceu; que estão abertos à internacionalização com “citas que eventualmente possam ver a luz fora, como satélites” e que “terá uma plataforma on-line muito potente dotada de inteligência artificial que propiciará um alcance maior, pensando em destinos que ainda não tenham restabelecido a conetividade. Mas sempre como um complemento para melhorar o fator presencial e agrandar seu alcance”.

María Valcarce afirma que o que mais a tem sobrecogido durante esta pandêmia é “a ruptura da conetividade devido às quarentenas” e que, desde seu escritório, quando olha todas essas bandeiras, acha que “somos muito grandes, que tudo isto passará e que há margem para a ilusão e para sonhar”.

Pela sua vez Eduardo López-Puertas comenta que depois de um fim de ano espetacular com a organização da COP 25 –“em mal 18 dias fomos capazes de albergar um evento que normalmente se demora 18 meses; todo isso graças à fortaleza, valentia e a equipe”– IFEMA teve que amoldarse aos efeitos da pandemia. E em mal 72 horas se converteu num dos hospitais mais importantes e maiores do mundo. “Era tremendo ver os hospitais saturados. Nós tínhamos espaço e a possibilidade de montar o que fizesse falta; e experiências passadas de fazê-lo rápido”.

Esse seguir adiante, para uma empresa com 40 anos de história e 22 milhões de euros de benefício em 2019, supõe continuar com um ambicioso plano de melhora baseado em quatro pilares: a transformação digital, a internalização, a inovação… e as pessoas.

“Estávamos num processo de digitalização muito grande, tanto do recinto como das infraestruturas, e o acelerámos. Somos pioneiros na implantação do G5, único recinto de Espanha que já tem essa cobertura, e acedemos a muitas mais pessoas em tempo real. Quando entrei faz quatro anos vimos que o que mais preocupava aos visitantes era a conetividade wifi, e solucionado este problema temos atingido ir para além. Temos de ser inspiradores para a gente, pôr a seu alcance o último em tecnologia, em produtos”.

A importância de IFEMA é que “não só é um alquilador de espaços senão um organizador de eventos, com marcas que são facilmente exportáveis a outros países. Nosso principal foco tem sido Sudamérica, por questões de idioma e cultura, mas não renunciamos a Europa”.

Dentro do plano de investimentos de IFEMA está a expansão do recinto ferial em Valdebebas e o Palácio Municipal, finque na aposta MICE. “Madri é uma das principais cidades do mundo neste setor e em 2019 vimos que nos faltava um espaço para poder celebrar grandes eventos internacionais. Face a 2022 começa a ter muito volume de celebrações e queremos posicionar Madri porque tem elementos únicos a nível mundial, como sua rede de transporte, a gastronomia… Fazer que os visitantes desfrutem da cidade dantes ou após um evento gera riqueza”.

López-Puertas tem também diz que não deve ser proposto uma disyuntiva entre feira real ou presencial. “A feira virtual tem vindo para ficar… mas sobre essa camada que é a feira presencial, porque ainda que desenvolve duas dos sentidos  humanos –a voz e a imagem– carece dos outros três: tacto, gosto e olfato. Uma feira não deixa de ser uma festa e tomar uma copa de vinho com um bom presunto não pode ser feito digitalmente”.

E, pese ao difícil momento que estamos vivendo  –“temos de seguir fazendo coisas ainda que sejam pequenas e pouco rentáveis”– o diretor geral de IFEMA olha para diante com otimismo. “Vivo o presente com preocupação, porque não está sendo fácil, mas tentando de transmitir ilusão no futuro”.

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