WTM Latin America 2023 debate desafios relacionados à sustentabilidade
Vanguardista no debate relacionado ao turismo responsável, a WTM Latin America novamente dedicou um teatro para os diferentes vieses desse tema. O painel de estreia refletiu sobre os desafios do setor público no incentivo a ações sustentáveis e trouxe ao palco Marianne Costa (Instituto Vivejar), Rafaela Lehmann (Ministério do Turismo), Bruno Wendling (Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul) e, Ana Clévia Guerreiro (Sebrae Nacional).
Os painelistas concordaram que a falta de continuidade em políticas públicas é um dos maiores desafios a serem vencidos, junto com a urgência de tomada de responsabilidade de todos os elos – esfera pública, iniciativa privada e comunidade. “A sustentabilidade institucional é um tema pouco discutido, mas é essencial contemplar esse pilar na estratégia. É preciso unir forças e continuar o que dá bons resultados, em vez de agir com revanchismo ou ficar pensando apenas em novas formar para reinventar a roda”, defendeu Bruno.
Ana Clévia defendeu a criação de uma política estruturada para o médio e longo prazo, enquanto Rafaela destacou a importância das parcerias – especialmente com a academia. “Precisamos de pesquisas para avançar e 90% das iniciativas da área de sustentabilidade e ações climáticas do Mtur foram desenvolvidas junto a acadêmicos”, finalizou.
A empregabilidade foi outro tema debatido no espaço, sob o viés da inclusão. “A atração de talentos sempre foi um obstáculo e piorou depois da saída da pior fase da crise porque outros setores se adaptaram de forma muito mais rápida ao trabalho online ou híbrido, enquanto muitas posições no turismo ainda exigem expedientes presenciais. Quando o jovem compara as ofertas e considera os custos de deslocamento, vestuário e alimentação, o turismo sai perdendo”, defendeu a pesquisadora Mariana Aldrigui.
Clóvis Casemiro, gerente da Associação Internacional de Turismo LGBT (IGLTA) ressaltou o déficit em educação – especialmente para atendimento em outros idiomas -, enquanto Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, sugeriu que os empresários comecem a agir com a análise dos próprios quadros funcionais. “Fomentar negócios requer um alinhamento mínimo com a sua equipe que deve ser diversa, representando a sociedade brasileira, com gays, lésbicas, trans, negros, cadeirantes. É preciso começar a pagar essa dívida social que persiste há muito tempo”, enumera.
Nesse sentido, Gustavo Pinto, presidente do Instituto Vivejar, direciona um recado às empresas de pequeno porte: criar metas de curto prazo para promover a mudança. “Coloque a contratação de um negro, mulher ou LGBT como objetivo, ainda que sua empresa tenha só cinco funcionários”, sugere. Aos agentes independentes, ele indica outro caminho: buscar fornecedores diversos e listar produtos que complementem a experiência do cliente, propiciando mais contato com a diversidade.