A Air Madrid suspende totalidade dos vôos

18 de Dezembro de 2006 9:45am
godking

A transportadora aérea espanhola Air Madrid anunciou em comunicado a suspensão de todas suas operações, responsabilizando o Ministério de Fomento de Espanha pela situação.

A empresa responsabiliza "o Ministério Espanhol de Fomento, por ter feito uso arbitrário e injusto de suas funções, deixando a empresa sem qualquer possibilidade de continuar suas operações".

O comunicado afirma que houve filtrações à mídia que criaram um alarme injustificado na sociedade, além de campanhas nos aeroportos, "comportamento que está longe daquele que deve caracterizar a atuação de uma entidade pública nos Estados de direito".

A empresa deu instruções a seus juristas para que entrem na justiça, diz o comunicado.

O Ministério de Fomento da Espanha tem apontado que alertara a empresa acerca da retirada da licença pelos atrasos verificados em seus vôos e por problemas com a manutenção das aeronaves.

Depois do anúncio da empresa da suspensão das atividades, o Ministério de Fomento retirou-lhe sua licença de operações e de vôo.

Cerca de 150.000 pessoas ficaram nos aeroportos espanhóis neste final de semana sem poder viajar.

O governo tem implementado um programa de emergência durante seis dias só para os passageiros com passagem de volta. Nesse período, serão fretadas aeronaves de outras companhias.

A Air Madrid, que tem sido qualificada de "irresponsável" e de "não garantir a traçabilidade das peças sobressalentes nem os mecanismos de manutenção", difundiu suas explicações em comunicado publicado em seu site, explicando que houve filtração à mídia de comunicados em que já se anunciava a possibilidade de suspensão da licença.

A empresa aponta ainda que se solicitou a colaboração de outras companhias e dos embaixadores latino-americanos do Equador, Colômbia, Argentina,Chile, Panamá, Panamá, Costa Rica, Brasil, México e Peru - países em que opera a companhia -, além de que se indicou aos passageiros os riscos que supunha a compra de passagens da companhia.

Assim, a empresa enfrentou inúmeros cancelamentos e corte de linhas de créditos, além de que as agências de viagem decidiram não efetuar os pagamentos já contratados com a companhia.

"Isso tudo faz com que a empresa não possa continuar seu funcionamento, ainda que o Ministério de Fomento não adotasse uma resolução", diz o comunicado.

Quanto ao Ministério de Fomento, este explica que a companhia não cumpriu o programa de ações para a solução dos problemas assinalados pela Aeronáutica Civil e que são incompatíveis com os regulamentos da Comunidade Européia de 2003.

Assim, a empresa "não teria realizado o programa de manutenção das aeronaves, não teria um sistema de qualidade, teria desatendido as tarefas da organização diária de manutenção e os períodos de tempo em que devem ser resolvidas as incidências detectadas em cada vôo".

O Ministério de Fomento destinou cinco milhões de euros para o fretamento de aeronaves como solução para os passageiros, além de procurar o apoio de outras companhias com lugares disponíveis.

O custo destas ações deverá ser pago pela Air Madrid "pela sua decisão unilateral de suspensão de operações".

Nesse sentido, a empresa respondeu que ficou sem possibilidades de atuação a partir da colocação, pelo Ministério de Fomento, do texto que indicava que "o passageiro deveria considerar a conveniência ou não de viajar através da companhia" no aeroporto de Barajas.

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