América Central: entre o vulcão Pacaya e a tormenta tropical Agatha

03 de Junho de 2010 2:38pm
godking

A primeira tempestade tropical da temporada na América Central, a Agatha, deixou mais de 180 vítimas até agora na Guatemala, El Salvador e Honduras. Na Guatemala, a situação meteorológica agravou a situação decorrente da erupção do vulcão Pacaya que em 27 de maio lançou areia e cinzas sobre os departamentos Guatemala, Escuintla e Sacatepéquez, interrompendo o transporte aéreo.

O aeroporto La Aurora, na Guatemala, abriu nesta terça-feira depois de uma interrupção de cinco dias por causa da acumulação de toneladas de areia e cinzas na pista e nas instalações do terminal aéreo. A Copa Airlines e a Taca anunciaram medidas para a proteção comercial dos passageiros, que deverão ficar informados através do website das empresas.

No que diz respeito aos efeitos da "Agatha", dezenas de pessoas estão desaparecidas e as equipes de salvamento enfrentam dificuldades criadas pela própria tempestade, como ruas e pontes destruídas, sobretudo nas zonas rurais mais remotas, e cerca de 35 mil pessoas estão em abrigos de emergência.

A tormenta deixou uma média diária de precipitações maior inclusive que as registradas com os furacões "Mitch" e "Stan" e com a tempestade "Ida".

Em 1998, o "Mitch" causou 10 mil mortes na América Central e no Caribe, enquanto em outubro de 2005, 69 pessoas, a maioria crianças, morreram em inundações e deslizamentos de terra causados pela passagem do furacão "Stan".

Já as chuvas provocadas pela passagem da tempestade tropical "Ida" pelo Caribe deixaram 200 mortos em novembro do ano passado.

A América Central é uma das regiões mais expostas aos desastres naturais devido a sua localização em uma zona de cinco placas tectônicas, numerosos vulcões e terrenos irregulares favoráveis aos desmoronamentos.

Os riscos aumentaram com os danos ocasionados ao meio ambiente pela derrubada de árvores, pela construção de estradas em lugares instáveis e pela falta de dragagem das vias fluviais.

Por outro lado cresceu de maneira considerável a ocupação humana em locais perigosos, como nas encostas de montanhas, barrancos e margens dos rios.

Os especialistas consideram que a falta de investimentos no ordenamento territorial, no manejo dos ecossistemas e no aperfeiçoamento dos sistemas de alerta aumentam a vulnerabilidade da região frente aos desastres.

Ainda que após a passagem do furacão Mitch houve um avanço nos planos para enfrentar as catástrofes, ainda se prioriza mais a resposta às emergências que a redução dos riscos.

Redação e Agências

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