Assinaram Cuba e EUA acordo para voos regulares diretos
Os governos de Cuba e Estados Unidos estão a poucas horas de concretar um acordo para a restauração de voos comerciais regulares e diretos entre os dois países, anunciou Josefina Vidal Ferreiro, diretora dos Estados Unidos da Chancelaria cubana.
A diplomata assinalou em conferência de imprensa desde a sede do Ministério de Relações Exteriores (MINREX), que desde a passada segunda-feira 14 de dezembro delegações de ambas as nações “têm trocado em Washington sobre temas referidos à aviação civil e têm obtido avanços importantes na negociação”.
Trabalhou-se num memorando de entendimento sobre o desenvolvimento de voos comerciais entre Cuba e EUA e em breve estarão em condições de dar conhecer o anúncio de um acordo preliminar sobre este tema, assegurou Vidal.
Nesse sentido disse que os dois governos ultimam detalhes logísticos e operacionais para iniciar também os voos para o transporte do correio postal direto entre Cuba e EUA, acordo subscrito na passada semana em Miami, que estabeleceu a implementação de um plano piloto, “que no futuro pudesse chegar a converter num programa permanente”, sublinhou.
No plano político diplomático e da cooperação bilateral registaram-se progressos importantes, apontou Josefina Vidal, quem destacou as diferentes etapas pelas que se transitou neste ano com a restauração de relações diplomáticas o 20 de julho, a reabertura das respectivas embaixadas, as visitas de alto nível e os dois encontros de Obama e Raúl em Panamá e Nova York.
Desde a sede da Chancelaria a diplomata recordou o aumento, com respeito a anos anteriores, da cooperação entre os dois governos em áreas de interesse mútuo, como a segurança aérea e da aviação, a busca de salvamento marítimo e aeronáutico, o confronto ao narcotráfico, ao tráfico de emigrantes, à fraude migratório e à emigração ilegal.
Ela também falou sobre a abertura de novas áreas para a cooperação bilateral, e realçou a proteção do meio ambiente, o intercâmbio em matéria de segurança marítimo portuária, a aplicação e cumprimento da Lei e os temas relacionados com a saúde.
Vidal adiantou, sem muitos detalhes, que os governos trabalham a nível de rascunhos ainda, sobre um projeto de arranjo bilateral para a cooperação no confronto ao narcotráfico.
Recordou que o Presidente dos EUA tem amplas faculdades executivas para mudar este panorama e ampliar o alcance das medidas.
Por exemplo, expôs, pode permitir o uso do dólar a Cuba em suas transações internacionais, o acesso a créditos privados, o comércio em ambas direções e não unilateral, como ocorre agora.
Ante uma pergunta da imprensa sobre uma possível visita do presidente estadunidense a Cuba, respondeu que como se fez com outros, “dar-lhe-emos as boas-vindas de se efetuar, mas Cuba não vai negociar questões de política interna para propiciar visitas ao país, porque nós não lhe pedimos a EUA que mude para nos sentar a dialogar”.
Nós vamos continuar a trabalhar como temos feito até este momento para avançar na aproximação com o governo dos EUA e na construção de uma nova relação com esse país, concluiu.