Brasil: Ainda é incipiente o número de turistas que visita a Amazônia

08 de Janeiro de 2007 10:46pm
godking

A Amazônia figura nos roteiros internacionais como um dos melhores lugares do mundo para o ecoturismo. Mesmo assim, ainda é incipiente o número de turistas que visita a região: apenas 6% (400 mil) dos turistas estrangeiros que visitam o país viajam para a Amazônia.

Pesquisa recente encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente revela que o potencial turístico na Amazônia é 650% maior do que isso.

O estudo traz um dado alentador. Diz que a Amazônia pode receber 3 milhões de visitantes e se tornar a campeã do turismo no Brasil, desbancando o Estado de São Paulo, que ocupa o primeiro lugar atualmente, com 38% dos turistas estrangeiros (mais de 2,4 milhões). Para chegar a esse patamar, a região precisa investir mais em infra-estrutura, capacitação das pessoas que recebem os turistas e, inclusive, em tecnologias ambientalmente corretas (como energia solar e eólica, por exemplo).

Para estimar o potencial turístico da Amazônia, o estudo entrevistou 36 mil pessoas, incluindo especialistas e autoridades do turismo, operadores turísticos e os possíveis viajantes de 11 países: França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Grã-Bretanha, China, Japão, Canadá, Estados Unidos, Argentina e Brasil. As respostas indicaram que a demanda potencial para a região é de turistas interessados em ecoturismo, mas que não viajam por se depararem com informações turísticas desorganizadas, uma infra-estrutura deficiente e dificuldade de acesso.

"Eles querem aqueles hotéis de selva, que são ecologicamente corretos, os bichos ficam perto. Eles têm interesse em ver eventos da natureza, como a pororoca, por exemplo, em visitar as terras indígenas. Mas, para isso, é preciso ter segurança, guias bilíngües, rotas fáceis de aviões. Ou seja, um suporte para esse tipo de turista, que não é um turista comum", diz o secretário de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Gilney Viana. "É preciso investir em linhas de aviões diretas, que não tenham que passar por Brasília, hotéis qualificados e melhorar a qualidade do receptivo, dos guias e agentes", completa.

Outro aspecto apresentado no estudo é que a imagem da floresta é, em muitos locais, negativa. Os turistas vêem o lugar como inóspito, com pouca infra-estrutura, em processo de desmatamento intenso, perigoso devido a insetos e animais selvagens e com muita violência. "É preciso vender a Amazônia, a marca da floresta. Vender os atrativos no exterior para as pessoas saberem o que é. Tem que fazer o folder, mostrando o destino, como quando você vai a uma agência de turismo e te mostram o que tem em Cancun. Tem que ter o marketing da coisa", ressalta Viana.

Fonte: Agência Amazônia

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