Combate, vigilância e atenção, estratégia para enfrentar o Zika

07 de Fevereiro de 2016 2:42pm
editor
Combate, vigilância e atenção, estratégia para enfrentar o Zika

A reunião extraordinária que realizam en Montevideo, ministros de Saúde de países da América Latina e do Caribe para desenhar uma estratégia de combate ao vírus Zika estabeleceu um plano de ação dirigido a combater o vetor, traçar estratégias de vigilância e atenção sanitária.

Este encontro foi solicitado pela presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, durante a IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenho (Celac), realizada em Quito no Equador, na qual convocou os ministros de Saúde do Mercosul, bem como seus homólogos da Unasul e da Celac.

A urgência do encontro obedeceu à rápida propagação do vírus Zika pela região, onde, segundo os últimos relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), das 55 nações que integram a região das Américas, esta doença, que chegou ao Brasil no passado mês de maio, se disseminou por mais de vinte países.

Na abertura da reunião, o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, reafirmou o compromisso político de seu país para coordenar com a maior rapidez possível durante este semestre os esforços destinados a combater e controlar os efeitos do vírus Zika.

Afirmou que é obrigação dos governos adotar medidas para "reduzir a população de mosquitos em nossos países", e expressou a necessidade de realizar um trabalho árduo de conscientização e prevenção com o objetivo de eliminar e reduzir o número de casos.

Sabemos dos grandes esforços que estão levando a cabo nossos países irmãos para combater a epidemia e conseguir controlar os efeitos com a maior rapidez possível, afirmou.

Um desses casos é o do Brasil, cujo ministro de Saúde, Marcelo Castro, manifestou à imprensa momentos antes do começo da reunião que "vamos discutir o que podemos fazer conjuntamente para enfrentar o vírus".

Castro informou que o Governo da presidenta Dilma Rousseff assumiu o compromisso de que não faltarão recursos públicos para enfrentar a epidemia e assegurou que a situação está sob controle.

Adiantou que para dia 13 de fevereiro foi convocada toda a sociedade, incluindo o Exército, a uma mobilização geral para combater o vetor e afirmou que a melhor maneira de levar isso a cabo é controlando o mosquito transmissor, o aedes aegypti.

O titular de Saúde brasileiro também anunciou que nessa data chegarão ao Brasil técnicos estadunidenses com o objetivo de começar um projeto de cooperação entre ambos países para desenvolver uma vacina contra o vírus Zika.

Afirmou que seu país "está atuando em diversas frentes para o controle do vírus e a ação mais importante no futuro é uma cooperação com diversos laboratórios para desenvolver uma vacina".

A estes compromissos se soma o da Organização Panamericana de Saúde que anunciou que destinará 8,5 milhões de dólares para ajudar os países a enfrentar o Zika.

Etienne manifestou que os fundos serão obtidos através de solicitações a doadoras e organizações que colaborem com esta luta e revelou que até o momento a OPS destinou 850 mil dólares para combater o vírus, ainda que o total deve ser superior, explicou.

Os ministros de Saúde que participaram da reunião de Montevidéu aprovaram uma declaração final que servirá de guia para enfrentar o avanço do vírus Zika na região.

O documento de 16 pontos estabeleceu a criação de um grupo Ad Hoc de acompanhamento da emergência, dependente da reunião de Ministros de Saúde, com a missão de estudar, monitorar e estabelecer recomendações que respondam.

Este grupo estará coordenado pela presidência temporária em exercício, atualmente nas mãos do Uruguai, e apresentará seu primeiro relatório na próxima reunião ordinária de Ministros de Saúde do Mercosul.

A declaração fez um chamado a fortalecer o papel da autoridade sanitária para coordenar a resposta integrada à epidemia, que envolva todos os níveis de governo e garanta o alcance nacional da mesma, o que, explicou, poderá "implicar a necessidade de dispor de orçamentos adicionais".

Propôs assim mesmo readequar, a partir das experiências adquiridas, as estratégias de gestão integrada da dengue a outras doenças transmitidas pelo vetor, como medida principal para enfrentar a epidemia regional.

O texto exigiu desenhar e executar campanhas de educação para o controle vetorial, dirigidas à preparação da população, fomentando seu conhecimento, sua adesão às ações de saúde pública e para compartilhar experiências bem sucedidas entre os países.

Também pediu que fossem fortalecidos mecanismos de comunicação que "possibilitem uma informação precisa e atualizada da situação epidemiológica", notificando os riscos de saúde de acordo com o estabelecido no Regulamento Sanitário Internacional.

Os ministros de Saúde acordaram o estabelecimento de um sistema de informação de fácil acesso nos portos, aeroportos e passagens de fronteira, que orientem os cidadãos sobre as medidas de prevenção e controle desenvolvidas pelos países de acordo com sua situação epidemiológica.

Também exigiram coordenar ações para adequar a resposta do setor público de saúde para a vigilância e controle das doenças transmitidas pelo vetor como a dengue, chikungunya e o zika.
 

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