Comissão de investigação responsabiliza a Ibéria por incidente de Quito em 2007

02 de Dezembro de 2009 3:49am
godking

A Junta de Investigação de Acidentes da Direção Geral de Aviação Civil do Equador responsabilizou a tripulação da Iberia pelo incidente do A-340-600 no aeroporto Mariscal Sucre, de Quito, em 9 de novembro de 2007, que não deixou vítimas.

De acordo com a investigação, a causa provável do incidente foi a decisão da tripulação de se aproximar do aeroporto de Quito com dados conhecidos sobre o estado da pista, as condições meteorológicas e o peso do avião, operação que não cancelou quando decidiu a aproximação da pista do PAPI (Precision Approach Path Indicator, em português Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão). Isso provocou um pouso violento que danificou partes importantes da aeronave.

O PAPI é um sistema de luzes, colocados nos dois lados da pista, que tem por objectivo informar os pilotos sobre a altitude correta, ou precisa, em que se encontra o avião, quando este faz a aproximação à pista para o pouso.

O relatório a que teve acesso o Caribbean News Digital indica que as condições meteorológicas no aeroporto exigiam a aplicação de voo por instrumentos, razão pela qual a tripulação, autorizada pelo Controle de Quito, realizou a operação de aproximação por instrumentos número 4 para a pista 35.

Às 22:03:56 UTC a tripulação informou ao Centro de Controle que estava operando segundo o ILS (Instrument Landing System, também chamada de "Aproximação de Precisão" ou Precision Approach); às 22:05:17 UTC indicou que via a pista. Foi informada que a pista estava molhada, com pouca eficácia de freio e que estava autorizada para o pouso. Sete segundos depois, o comandante da aeronave, de acordo com procedimentos estabelecidos pela empresa, decidiu sair da trajetória de planeio ILS para operar com o sistema PAPI.

A manobra provocou o estouro dos pneus 3 e 8 e avarias no trem de pouso. A aeronave saiu da pista após derrapar 232 m e parou na zona de segurança.

O documento afirma que diferentes fatores contribuíram para o incidente:

A Tripulação não tinha regulamentações e procedimentos operacionais específicos (o briefing para o aeroporto de Quito não era adequado para as condições reais).

A tripulação conhecia o aeroporto de Quito, mas não nas condições meteorológicas existentes naquele momento. Caso contrário, houvesse preparado estratégias corretas, principalmente para a mudança de decisão quanto à aproximação pelo sistema PAPI e não ISL como previsto.

A Comissão de Investigação considera que, apesar da grande experiência da tripulação, foi determinante a decisão do piloto de continuar as manobras de pouso e o fato de não ter operado anteriormente nesse aeroporto com essa aeronave, nas condições meteorológicas existentes.

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