Demanda de transporte aéreo sofre queda histórica em 2009
A demanda de transporte aéreo sofreu em 2009 uma queda histórica, revelou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que também previu para 2010 perdas de US$ 5,6 bilhões no conjunto de companhias aéreas.
O desempenho econômico do setor equivaleu a 2,5 anos de crescimento perdidos no mercado de passageiros e até 3,5 anos perdidos no transporte de mercadorias.
Em termos percentuais, a demanda de assentos nas aeronaves caiu 3,5% no ano passado, enquanto o comércio aéreo caiu 10,1%.
A Iata indicou que, apesar disso, o rendimento para as companhias começou a melhorar graças às estritas condições vigentes entre oferta e demanda nos últimos meses, embora esse rendimento continue entre 5% e 10% abaixo dos níveis de 2008.
Em dezembro passado, o trânsito de passageiros aumentou 1,6% (após o ajuste sazonal dos números) em relação ao mês anterior e 4,5% em relação a dezembro de 2008.
O transporte de carga ficou praticamente no mesmo patamar em dezembro frente a novembro, mas melhorou 24,4% em relação a 2008.
As companhias aéreas das regiões Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte tiveram perdas na demanda de passageiros de 5,6%, 5% e 5,6%, respectivamente. Mas a região Ásia-Pacífico registrou uma recuperação notável em dezembro, com crescimento de 8%.
Nesse mesmo mês, a demanda nas companhias aéreas da Europa e América do Norte sofria uma contração de 1,2% e 0,4%, respectivamente.
As companhias aéreas do Oriente Médio e Extremo Oriente lideraram o crescimento do setor.
Na América Latina, o crescimento da demanda ficou praticamente estagnado (0,3%), uma situação que a Iata atribuiu ao impacto da pandemia de gripe no segundo e terceiro trimestre de 2009.
"A indústria começa 2010 com enormes desafios. O pior ficou para trás, mas ainda não é momento de comemorar. A perda de anos de crescimento significa que as companhias aéreas enfrentam outro ano espartano e que terão que tornar compatíveis a capacidade e a demanda, assim como limitar os custos", ressaltou Bisignani.
Finalmente, o responsável da Iata declarou que o aumento das medidas de segurança nos aeroportos e nos aviões - após o atentado frustrado no dia de Natal - também acarreta em custos.
Bisignani indicou que as companhias aéreas já gastam US$ 5,9 bilhões anuais "no que essencialmente são medidas que concernem à segurança nacional". Por isso, pediu aos Governos a assumir sua responsabilidade financeira nesse sentido.
EFE