Desenvolvimento turístico acelerado põe em perigo imagem "verde" da Costa Rica
A imagem da Costa Rica de país verde e comprometido com o meio ambiente está em perigo pelo forte crescimento econômico, imobiliário e turístico, afirma o relatório "O estado da Nação", que assinala uma grande diferença entre o discurso e a prática no tema ambiental.
De acordo com o relatório, 26,4% do território são áreas protegidas, mas há zonas de grande riqueza ecológica sem qualquer proteção e o território marinho protegido é apenas de 0,7%.
A situação mais crítica está nos litorais a partir do boom construtivo dos últimos anos.
As províncias de Guanacaste (Pacífico norte) e Puntarenas (Pacífico central e sul) registram crescimento de 69,5% e 44,3% respectivamente no setor imobiliário, números muito acima da média nacional que é de 31%.
Esse crescimento "provoca a fragmentação das florestas e uma grande vulnerabilidade dos manguezais, ameaçando os ecossistemas costeiros pela insuficiência de proteção".
As mudanças no uso do solo provocam erosão e danos nos pântanos.
Quanto aos rios, a situação também não é favorável, pois há utilização excesiva dos recursos e as bacias principais estão deterioradas pela poluição, que chega assim às costas.
Há deficiências também no coleta dos resíduos sólidos, ficando 310.691 toneladas métricas anualmente sem coletar.
O estudo conclui que o país tem "situações ambientais limites" na utilização de alguns recursos que requerem ações imediatas para que a situação seja revertida, visto que é a condição de "país verde" que impulsiona uma boa parte do desenvolvimento.
"O estado da Nação" é um estudo anual realizado por um grupo de pesquisadores independentes há já 13 anos sobre a realidade e o comportamento do país.