Erros na administração, precipitação e gastos excessivos entre as causas da falência da Air Dominicana

09 de Novembro de 2009 1:20pm
godking

Mais de 30 funcionários sem salários há meses, outros que renunciaram, não há aviões e os escritórios não têm serviços de eletricidade ou de telefone. É a imagem atual da Air Dominicana, o projeto de companhia aérea com capital estatal e estrangeiro, principalmente espanhol, que há dois anos tinha um capital de US$ 8 milhões e hoje tem um déficit de 1 milhão.

O diretor geral, Federico Harlohner, disse recentemente que "a companhia não tem fundos".

No mês de setembro, Juan José Hidalgo, proprietário da Air Europa e um dos acionistas maioritários da Air Dominicana, anunciou aos sócios dominicanos que saía da empresa que impulsionou em 2007 e na qual tinha uma participação pessoal de 15%.

A participação do Estado dominicano era de 40% e 32% de capital espanhol.

De acordo com o Panorama Diario, os principais investidores dominicanos eram Ricardo Hazoury, Luis José Asilis, Manuel Corripio Alonso, Frank Elías Rainieri, Reinaldo Nicolás Nader, Félix García, Abraham Selman, Marino Ginebra, Ettore Colussi, Carmen Serra e Práxedes Castillo.

O projeto

A Air Dominicana seria a companhia de bandeira e operaria em Punta Cana, com escritórios no edifício que a Air Europa tem em Santo Domingo.

As operações regulares começariam em 16 de outubro passado, com voos a Miami e Nova York em dois Boeing 737-300 e um Boeing 737-400. No segundo semestre de 2009, seriam incorporados à frota aviões Boeing 767 e um Embraer ERJ 145.

O ex-chefe dos pilotos, José Tabar, disse ao Panorama Diario que "há centenas de dominicanos nos Estados Unidos que tinham comprado bilhetes na Internet para dezembro, mas não se sabe o que vai acontecer com eles".

De acordo com versões de imprensa, há menos de dois anos a empresa tinha US$ 8 milhões, 3 deles provenientes do estado dominicano.

Federico Harlohner, diretor geral da Air Dominicana, explica que "o capital deveria ter sido de 10 milhões, mas na realidade só havia 6, que foram gastos nos 12 primeiros meses na compra de um avião, na contratação de pessoal e nas autorizações".

"Atualmente só temos os computadores, os móveis e um veículo", acrescentou.

De acordo com José Alejandro Tabar, ex-chefe de pilotos, "a contabilidade e a administração sempre foi responsabilidade da parte espanhola, não dos dominicanos".

Ele considera que sempre houve erros de administração, visto que a equipe escolhida não tinha a qualificação necessária.

Para Harlohner, houve precipitação no lançamento da empresa e gastos excessivos.

De acordo com Panorama Diario, pagava-se altos salários a técnicos e pilotos espanhóis que viajavam à República Dominicana e havia gastos excessivos dos executivos em restaurantes e viagens, em momentos em que a empresa não gerava receitas.

As autorizações custaram vários milhões de dólares, compraram-se aviões e contratou-se pessoal, mas não havia vendas de passagens.

O Estado dominicano criou uma comissão que deve investigar os fatos, comandada pelo ex-secretário de Turismo, Félix Jiménez, responsável pela investigação e possível solução da situação.

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