Espanha: Spanair sob investigação

01 de Setembro de 2008 8:25pm
godking

A companhia Spanair, a segunda companhia aérea espanhola, é investigada pelo acidente de uma de suas aeronaves no aeroporto de Barajas em 20 de agosto que deixou 154 vítimas.

Fundada em 1986 por Gonzalo Pascual e Gerardo Díaz, a empresa já enfrentava uma grave situação financeira provocada pelos altos custos dos combustíveis e por uma menor procura, o que a levou a apresentar um plano de reestruturação que prevê a redução de 1.193 funcionários, o encerramento de cinco bases, e o cancelamento de rotas e das operações de 15 aviões.

O avião MD-82 com destino a Las Palmas que caiu depois da decolagem de Madri transportava 172 pessoas (162 passageiros e dez membros da tripulação).

A espanhola Beatriz Reyes, que sobreviveu ao acidente, disse à agência EFE que quando o avião começou a decolar, "talvez não fez isso com tanta força" como é habitual, e que não sentiu nada até o momento em que "girou a asa" e depois notou "um forte golpe". Os sobreviventes foram lançados a um riacho, o que evitou que fossem atingidos pelo incêndio.

A opinião geral é que a causa do acidente foi uma falha técnica. Uma explosão de um dos motores perto da cauda, onde se encontram os timões de direção e de profundidade, teria deixado o avião ingovernável.

Magdalena Álvarez, ministra espanhola de Fomento, explicou que o avião "passou todas as inspeções", incluindo a última de aeronavegabilidade em 2007.

Algumas fontes apontam oito acidentes de aviões MD-82 desde 1980, ano em que voaram pela primeira vez esses modelos, mas para o diretor executivo da Spanair, Marcus Hedblom, não há motivos para a retirada dos MD-82 da sua frota (36 aviões), embora reconheça que "devam ser monitorados os antecedentes".

Héctor Sandoval, diretor de Recursos Humanos, disse a El País que "não há qualquer indício de erro humano, nem do piloto nem dos mecânicos que inspecionaram o avião antes da decolagem, mas que a Comissão de Investigação - que deverá apresentar um relatório preliminar um mês depois da data do acidente - é que determinará as causas reais".

Há rumores de um possível motim dos passageiros, que teriam exigido sair do avião durante a revisão técnica da aeronave que tivera um aquecimento excessivo numa das tomadas de ar antes da decolagem.

"Não há qualquer norma que regulamente a saída da aeronave de um passageiro que não queira continuar no vôo. É o comandante, máxima autoridade a bordo, que decide se as pessoas saem do avião durante uma revisão ou não", disse Sandoval.

Sobre opiniões que vinculam o acidente às dificuldades financeiras da empresa, Sandoval afirmou que "isso é desrespeitar as vítimas", visto que a crise das companhias aéreas "é mundial".

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