A Fitur 2008 impulsiona os investimentos espanhóis no Caribe

11 de Outubro de 2007 7:59pm
godking

A Espanha consolida-se como um dos investidores mais importantes do Caribe, muito especialmente no que se refere ao turismo. Atualmente, os empresários espanhóis gerem 60.000 camas em países desta região - 50% do total -, às quais se juntarão cerca de 10.000 mais, que grandes cadeias estão a executar neste momento.

Na República Dominicana, Cuba, Jamaica, nas Bahamas e no Caribe mexicano, a Espanha já é o principal investidor na indústria turística; contudo, os empresários espanhóis também não são alheios à projeção de outros países caribenhos, de língua inglesa como Aruba, um potente objetivo das cadeias hoteleiras, onde começam a introduzir o "tudo incluído", chave do sucesso do resto do Caribe há alguns anos.

Neste contexto, a Fitur´08, primeiro grande encontro anual do turismo, reunirá durante 5 dias os profissionais da indústria, que irão conhecer em primeira mão as novidades e projetos de 13.190 empresas. De seu lado, o Caribe voltará a ter uma importante participação na próxima convocatória, que se realizará entre os dias 30 de janeiro e 3 de fevereiro de 2008, podendo deste modo gerar relações comerciais não só com espanhóis, como também com empresários de 170 países/regiões. Este cenário possibilitará que se explorem novas iniciativas de colaboração, que irão permitir continuar a avançar no fortalecimento dos estreitos laços empresariais que já unem o Caribe e a Espanha.

A crescente procura do Caribe como destino turístico, que atualmente é a segunda região mais visitada da América, com 19,4 milhões de chegadas de turistas internacionais em 2006, assim como as atraentes ofertas turísticas propostas pelos países da zona, contribuíram para a aposta investidora das empresas espanholas, que demonstraram uma comprovada experiência internacional.

Deste modo, as estratégias de negócios dos investidores provenientes de Espanha situaram este país à cabeça do mundo no processo de investimento na área.

República Dominicana

A Espanha posicionou-se como o segundo país que mais investe na República Dominicana, só depois dos Estados Unidos, e o primeiro no que diz respeito à indústria turística. Neste sentido, a diretora da Repartição de Turismo da República Dominicana para a Espanha e Portugal, Aída Rosa Pezzotti, referiu que "mais de 15 cadeias hoteleiras espanholas estão presentes no país com cerca de 28.000 quartos distribuídos por 70 estabelecimentos, um valor muito considerável tendo em conta que, no total, a República Dominicana dispõe de 63.206 quartos de hotel".

Em 2005, o capital investido por espanhóis neste setor foi de mais de 172 milhões de euros. Deste modo, nos últimos 13 anos, este investimento cresceu de uma forma espetacular, tendo em consideração que em 1993 se destinaram 53 milhões de euros, de acordo com os dados do Centro de Exportação e Investimento da República Dominicana.

Um dos setores que mais aposta no investimento no país é o hoteleiro, e mais de 70% do total destinado ao turismo provém de Espanha. Atualmente, algumas das cadeias espanholas presentes na República Dominicana são a Occidental Hoteles, com 11 estabelecimentos; Riu Hotels, com 9; Barceló, 10; Bahía-Príncipe, 9; Sol Meliá, 5; Iberostar Hotels, com 5; Hoteles Catalonia, 3; Fiesta Hotel Group, 2, etc. Fontes da Barceló afirmaram que só no seu hotel de Punta Cana serão investidos 10 milhões de euros na remodelação, cuja finalização está prevista para o final do ano. De seu lado, a Transhotel, Fornecedor Global de Serviços Turísticos, incorporou 41 hotéis da República Dominicana à sua carteira de produto internacional durante o passado mês de agosto.

Neste sentido, o investimento em hotelaria alcançou os 41 milhões de euros em 2006, de acordo com as estatísticas do Ministério da Indústria, Turismo e Comércio de Espanha.

É importante ainda o investimento espanhol nas companhias aéreas, como no caso da Air Dominicana, que começará a operar em abril de 2008, e na qual 25% correspondem ao grupo espanhol Globalia. Por outro lado, duas companhias aéreas espanholas, a Iberia e a Air Europa, dispõem de vôos diretos com freqüência semanal para a República Dominicana, tal como também acontece com a Air Comet e a Iberworld.

Jamaica

Os principais investimentos espanhóis concentram-se no sector turístico, especialmente no hoteleiro. No total, até agora concretizaram-se projetos de 8 grupos turísticos, que significam a construção de 20 hotéis, com uma capacidade total de mais de 10.000 quartos. A título indicativo, a capacidade total atual do setor hoteleiro jamaicano é de 21.000 quartos, pelo qual o investimento espanhol representa um aumento de mais de 45% num período de menos de 5 anos (2003-2008). Isto significará a criação de pelo menos 10.000 empregos diretos e cerca de 40.000 indiretos.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores e de Cooperação da Espanha, está previsto que o total do investimento espanhol no sector hoteleiro atinja cerca de 1.200 milhões de dólares no final do período. Assim, nos últimos anos, a Espanha tornou-se o primeiro país investidor da Jamaica, à frente dos Estados Unidos, o tradicional primeiro investidor na ilha.

Por outro lado, para além dos grandes grupos empresariais espanhóis, estão a estabelecer-se outras empresas espanholas de equipamentos e fornecimentos para os hotéis e a construção.
Atualmente, há importantes projetos de cadeias hoteleiras na Jamaica, que previsivelmente concluirão no ano 2008. Neste sentido, as empresas espanholas irão gerir mais de 10.670 camas, distribuídas entre os diferentes planos do grupo Riu; Iberostar; Bahía Príncipe; Fiesta Hotels; Excellence Secrets Resorts e Fuerte Hoteles.

Cuba

A Espanha é o primeiro país do mundo pelo número de projetos de investimento em Cuba, segundo os dados do Gabinete Econômico e Comercial da Embaixada de Espanha em Havana, e o Ministério para o Investimento Estrangeiro. Inicialmente, o investimento espanhol na ilha foi realizado por pequenas e médias empresas, até que, a partir de 1998, algumas grandes companhias começaram a tomar posições estratégicas.

Muito embora o principal investimento espanhol seja o tabaco, o setor que maior interesse suscita é o turismo. Das 12 empresas estrangeiras que investem no sector turístico em Cuba, 9 são espanholas. Destas, a Sol Meliá, com 26 hotéis; a Riu, com 2 estabelecimentos; a Iberostar e a Iberia são algumas das que têm uma maior presença.

Em 2006, o investimento das cadeias hoteleiras espanholas em Cuba chegou a cerca de 3 milhões de euros, de acordo com os dados do Ministério da Indústria, Turismo e Comércio de Espanha. No último ano, foram inaugurados três hotéis de luxo, que são geridos por companhias espanholas já instaladas na ilha.

Cuba obteve em 2006 - por negócios participados por firmas estrangeiras - um valor recorde de receitas de 981 milhões de dólares, equivalente a um aumento de 22% em relação ao ano anterior.

Por outro lado, no passado mês de setembro realizou-se um encontro empresarial hispano-cubano em Havana, durante o qual a ministra cubana de Investimento Estrangeiro, Marta Lomas, afirmou que o país se prepara para aumentar o investimento estrangeiro.

Aruba

Aruba, uma antiga colônia holandesa de 180 quilômetros quadrados e situada a 27 quilômetros da costa de Venezuela, é o último grande objetivo das grandes cadeias hoteleiras, cuja estratégia é incorporar também aqui o "tudo incluído", que tanto sucesso tem nos países vizinhos como o México e a República Dominicana.

Em 2006 abriu as suas portas o Occidental Gran Aruba, com um investimento de 24 milhões de dólares. Este ano, a empresa espanhola RIU comprou o hotel Aruba Grand e investirá 120 milhões de dólares para oferecer 451 quartos. A Sol Meliá também comprará o hotel Bushiri Beach que será ampliado para 450 quartos.

Porto Rico

No que respeita aos investimentos espanhóis em Porto Rico, de acordo com o Gabinete de Análise Econômica adscrito ao Departamento de Comércio Federal de Porto Rico, em 2006 sobressaiu a expansão da Sol Meliá, com uma construção de 450 quartos. Neste projeto foram investidos mais de 55 milhões de dólares. Para além disso, outras empresas como a Juliatours e a Iberojet Travel, também apostaram em importantes investimentos em Porto Rico.

México

O investimento de empresas privadas espanholas no setor turístico do México alcançou, durante o primeiro trimestre de 2007, um total de 292 milhões de euros. Segundo o Fonatur - Fundo Nacional de Fomento do Turismo do México -, este valor supera já o total investido pela Espanha durante todo o ano 2006, calculado em 235 milhões de euros, e que já equivaleu a cerca de 40% do investimento turístico estrangeiro durante o passado exercício. Deste modo, a Espanha consolida-se como o segundo país investidor no sector turístico, depois dos Estados Unidos.

No Estado caribenho de Quintana Roo - Cancún, Riviera Maya, Cozumel e Isla Mujeres -, a Espanha tornou-se um dos principais investidores, perfazendo 60% do total. Igualmente, as empresas espanholas realizaram transações importantes em zonas como Huatulco, Puerto Vallarta ou Baixa Califórnia Sul.

É importante referir que em 2001, as empresas espanholas operavam 15.000 quartos no total, enquanto que neste momento, gerem cerca de 35.000, em mais de 100 hotéis. Para além disso, para os dois próximos exercícios têm previstos outros 12.500, em 27 novos estabelecimentos no México.

As cadeias hoteleiras espanholas estavam cientes das grandes potencialidades do país, pelo qual apostaram no México como destino estratégico nos seus investimentos.

O investimento espanhol concentrou-se no segmento da qualidade. Neste sentido, 74% dos hotéis têm a categoria de cinco estrelas, e 24%, de quatro. Algumas das cadeias com mais presença no Caribe mexicanos são: Grupo Meliá, OHL, NH, Hoteles Riu, Globalia, Viajes Marsans, Barceló e Grupo Martinon Grumasa.

Neste sentido, fontes da Barceló afirmaram que no seu hotel de Puerto Vallarta, La Jolla de Mismaloya, adquirido em 2006, investirão 5 milhões de euros para a sua remodelação. Também confirmaram a abertura de um novo destino, Los Cabos (Baixa Califórnia), que foi possível graças à compra do hotel Gran Baja Resort & Spa, por parte da sociedade patrimonial Playa Hotels & Resorts. Segundo o acordo que a cadeia maiorquina mantém com esta sociedade, da qual também é acionista, este novo hotel passará a ser gerido pela Barceló Hotels & Resorts. Também está previsto que nos próximos 3 anos renovem o estabelecimento e ampliem a sua capacidade até um total de 725 suítes. Com o Barceló Los Cabos, a Barceló Hotels & Resorts eleva a 12 o número de hotéis que tem no México e a mais de 4.300, o de quartos.

A Transhotel, Fornecedor Global de Serviços Turísticos, acrescentou 59 hotéis do México à sua carteira de produto internacional durante o passado mês de agosto.

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