Iberia termina operações em Cuba a partir de 1 de abril

Em 1 de abril, o voo 6620 da Iberia Havana-Madri será o último da transportadora espanhola na ilha. A empresa iniciou suas operações em Cuba no mesmo mês, em 1949.

A capital cubana "pouco rentável", é uma das primeiras cidades que deixam de receber o serviço da Iberia, bem como Santo Domingo, apesar dos numerosos interesses hoteleiros e empresariais espanhóis.

Apesar de que os aviões vão e voltam lotados, os porta-vozes da empresa afirmam "que isso não significa rentabilidade. Havana é um destino turístico, com poucas viagens de negócios, que são as que deixam lucro. Um empresário ou executivo paga o preço que seja necessário por um assento se precisar dele, mas um turista não".

Além disso, para a Iberia, "o valor do combustível (33% do total) e a mão- de-obra (25%) fazem que a rota seja insustentável".

No entanto, essa não é a opinião dos empresários espanhóis na ilha. De acordo com informações da mídia, a medida vai ter um impacto negativo para eles.

Víctor Moro, presidente da Associação de Empresários Espanhóis em Cuba, confirma que tem escrito cartas à ministra de Fomento da Espanha e à Iberia, pedindo que medida seja reconsiderada.

A Espanha é o terceiro sócio comercial de Cuba – disse – e apesar da crise internacional, as vendas à ilha aumentaram 9,5% em 2011. Para manter essas relações, as conexões da Iberia são imprescindíveis.

"As alternativas não são suficientes para a demanda, inclusive com as duas frequências semanais da Cubana e o aumento para dois voos diários da Air Europa", disse Moro.

A medida chega em um momento em que Cuba dá passos de abertura econômica e aumentam as perspectivas para o futuro.

Turistas entrevistados que já visitaram Cuba ou pensam fazê-lo consideram muito negativa a medida, que causa preocupação também nos 120 mil cubanos estabelecidos em Madri e nas dezenas de milhares que moram em outros países europeus e que utilizam a capital espanhola como conexão para Havana.

Os executivos da Air Europa, a segunda companhia aérea espanhola, anunciaram que a empresa aumentará para dez suas frequências semanais para Havana, que "o negócio vai bem" e que não aumentarão os preços.

No entanto, uma olhada na Internet mostra que outras companhias aéreas têm preços qualificados como "escandalosos" por muitas pessoas.

Moro insiste: "Esperamos que os nossos políticos compreendam as necessidades de mais de 300 empresas estabelecidas em Cuba, o coletivo estrangeiro mais importante na ilha", mas a Iberia também insiste e a partir de 30 de março é impossível fazer reservas para Cuba no site da empresa.