Ilhas Caimão pede apoio de companhias navais para projeto de porto para cruzeiros

Segundo o mais recente reporte da CTO, divulgado no final de outubro, Ilhas Caimão é o quinto destino de cruzeiros no Caribe, que é sua vez, o primeiro destino a nível mundial nesta modalidade turística. No entanto, Ilhas Caimão segue sem contar com instalações adequadas e justo agora tenta desenvolver um projeto para o que tem pedido o apoio das companhias que operam em suas águas.
Na passada semana, o governo desse país aprovou um detalhado resumo do projeto para construir berços para barcos de cruzeiros em Grande Caimão e divulgou um reporte para conhecimento público.
De acordo com o reporte, a construção dos berços requer que se envolvam “diretamente” as companhias Carnival Cruise Lines e Royal Caribbean International. O governo passará agora a um processo de requerimento para o desenho do projeto e convidará a potenciais programadores para confirmar que contam com “a capacidade para desenhar, construir e financiar as obras, além de contribuir cifras de passageiros”, explicou Moses Kirkconnell, ministro de Turismo.
O reporte (Outline Business Case for the Cruise Berthing Facility Report) assinala que o conselheiro do governo para o área financeira do projeto, PricewaterhouseCoopers (PwC), recomenda a formação de uma associação público-privada com uma linha ou uma organização de cruzeiros que conte com a capacidade de “controlar os volumes de cruzeiros”.
Segundo estimado de PwC, o projeto teria um custo da ordem dos 200 milhões de dólares. A proposta do governo inclui dois berços a construir na capital, George Town, que gerariam entre 250 e 1.200 milhões de dólares à economia local e criariam uns mil empregos em um período de 20 anos. Atualmente, Carnival e Royal Caribbean representam mais de 80% de escala-las de cruzeiros nas Ilhas.
Segundo um vozeiro de Royal Caribbean, essa companhia “esta ainda interessada em desenvolver um berço e continuará trabalhando com o governo de Ilhas Caimão”. Enquanto, um vozeiro de Carnival Corp. assinalou que “seis linhas de cruzeiros de Carnival fazem escala em Grande Caimão, com mais de 800 mil passageiros ao ano, e nossa quota do mercado de cruzeiros nesse destino é de ao redor de 60%.
Temos conversado com o governo, recalcando a necessidade de desenvolver uma instalação que garanta o negócio em longo prazo”. Em virtude da proposta associação público-privada, o operador ou linha de cruzeiros que se envolva no empreendimento entraria em um acordo de longo prazo com o governo de Ilhas Caimão para desenhar e construir os berços, e pagaria os custos de construção, recuperando o investimento mediante as taxas de atraque.
Enquanto, a autoridade de portos de Ilhas Caimão teria a responsabilidade das operações dia a dia nos berços, enquanto a linha de cruzeiros associada controlaria o acesso dos barcos. O governo assumiria a propriedade dos berços uma vez conclua o prazo do acordo. Atualmente, o governo está preparando um estudo sobre o impacto ambiental que geraria construir os berços em George Town, a aonde chegam hoje os visitantes em tenders (embarcações para transfers) enquanto os barcos ficam ancorados a certa distância da costa.
Esse estudo de impacto ambiental, precisou Kirkconnell, será conduzido por um consultor independente que analisará fatores como as ondas e correntes marinhas, dragado, arrecife e peços na costa. “O desenho da instalação não pode concluir dantes de que se complete o estudo de impacto ambiental”, sublinhou o servidor público. O governo, ademais, estudará o efeito do turismo de cruzeiros em George Town e seu meio.
“Temos iniciado um programa para revitalizar o centro da cidade e as áreas do litoral, que, ainda que independentes da instalação para cruzeiros requerem de melhoras para que siga sendo positiva a experiência do visitante”, disse Kirkconnell. A inexistência de instalações para o atraque dos barcos de cruzeiros tem sido desde faz anos um dos fatores que têm incidido negativamente no desenvolvimento da indústria de cruzeiros em Ilhas Caimão, que ainda assim é um dos principais destinos para cruzeiros no Caribe, região à que os prognósticos para 2014 reafirmam como líder na indústria.