Inundações podem provocar aumento do cólera no Haiti, diz ONU

04 de Novembro de 2010 4:49pm
Inundações podem provocar aumento do cólera no Haiti, diz ONU

A tempestade tropical Tomas ameaça provocar inundações no Haiti que agravariam a epidemia de cólera que já matou mais de 440 haitianos, disse a ONU na quarta-feira. O sudeste de Cuba e a Jamaica também serão afetados pela tormenta.

A tempestade deve atingir o Haiti na sexta-feira, causando chuvas torrenciais e uma ressaca com ondas de 2 a 3 metros de altura, e colocando 1,5 milhão de pessoas em risco, segundo Nigel Fisher, coordenador humanitário da ONU no Haiti, citando estimativas do governo.

"O maior temor é que as pessoas sejam apanhadas pela elevação das águas e pela potencial difusão do cólera", disse Fisher em entrevista. "Que as pessoas não pensem que (a epidemia) está controlada. A epidemia de cólera deve se espalhar."

O Haiti é particularmente propenso a deslizamentos por causa do seu terreno montanhoso e do forte desmatamento que já sofreu. Além disso, o país tem cerca de 1,3 milhão de pessoas vivendo em condições precárias desde o terremoto de 12 de janeiro, que matou até 300 mil pessoas.

Como furacão, Tomas já atingiu as ilhas do leste do Caribe há quatro dias, matando pelo menos cinco pessoas em Santa Lúcia. Depois perdeu força, mas voltou a se intensificar e deve afetar o Haiti e a Jamaica a partir da noite de quinta-feira, segundo meteorologistas.

Na Jamaica, as autoridades estão preparando abrigos e orientando as pessoas a deixarem áreas litorâneas e propensas a inundações.

No Haiti, o governo dá orientações semelhantes, pedindo as pessoas que busquem abrigo em casas de amigos e parentes ou em albergues comunitários. Mas o governo tem uma capacidade limitada para acelerar o processo de retirada, e com muitos desabrigados do terremoto acampados na capital, será difícil buscar alternativa segura.

"Se o furacão for tão grande a ponto de atingir todo o país severamente (...), ficaremos realmente sobrecarregados e teremos de tomar decisões difíceis sobre onde colocar recursos escassos", disse Fisher, da ONU.

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