Lançará a ONU plano de aviso a linhas aéreas sobre o risco em zonas de guerra

O organismo de aviação civil das Nações Unidas lançará dois projetos pilotos desenhados para ajudar às linhas aéreas e os países a compartilharem melhor a informação sobre os riscos das zonas em conflito, informou o organismo, quase seis semanas após que um avião de Malásia fosse derrubado na Ucrânia.
Os planos anunciaram-se na terça-feira última, ao final de uma reunião de dois dias do grupo especial de trabalho da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, por suas siglas em inglês), que tem recebido a complexa tarefa de abordar os riscos das linhas aéreas em zonas de conflito.
O primeiro projeto piloto estudará como pode se usar o atual sistema Notice to Airmen (NOTAM) para compartilhar melhor informação urgente e crítica, segundo a agência com sede em Montreal.
O segundo projeto, que será dirigido por "sócios finque de ICAO" não nomeados, estabelecerá um novo sistema centralizado para "compartilhar rápido informação sobre zonas de conflito".
"Estas recomendações ajudarão a garantir a segurança de passageiros e tripulantes, não importa em que linha aérea voar ou onde estejam a voar", disse David McMillan, presidente do grupo de trabalho, num comunicado.
O grupo foi criado a partir do derrubo do voo MH17 de Malaysian Airlines sobre o este da Ucrânia no mês passado, onde morreram 298 pessoas. Esse incidente levou a parte da indústria a instar a ICAO, que tem 191 países membros, a ter uma participação maior em assessorar às companhias sobre os riscos de segurança.
A ICAO não pode abrir ou fechar o espaço aéreo em zonas de conflito, e não oferece na atualidade guias específicas sobre os lugares onde os mísseis podem ameaçar às linhas aéreas civis.
Dar à ICAO ou a outro organismo o encarrego de avisar de riscos às companhias aéreas sobre zonas de conflito poderia ser politicamente difícil, ao igual que pedir aos países que compartilhem informação delicada sobre assuntos políticos e militares.