México: mercado aeronáutico evolui e coloca novos desafios

29 de Setembro de 2006 12:00am
godking

O mercado aeronáutico mexicano terá proximamente 17 companhias em operações depois da entrada em serviço das novas companhias low cost, que dinamizam o setor, atraem o interesse das empresas estrangeiras e colocam novos desafios a setores que resistem à aparição destas companhias.

Quatro companhias low cost operam atualmente no México: Volaris, Interjet, A volar, Vuela e Click às que em breve irão se somar Aerolíneas Mesoamericanas e VivaAeroBus.

De acordo com um estudo da bolsa Banamex, as companhias low cost tinham uma participação no mercado de 11,4% no fim do primeiro semestre e a presença delas começa a prejudicar outras já estabelecidas como a Aeroméxico, a Aviacsa, a Aerocalifornia e a Aerolitoral.

Segundo a Banamex, o aumento de passageiros nacionais durante o primeiro trimestre foi de 9,2% e pelo menos 5,3% deste crescimento é devido à entrada em funcionamento das companhias low cost, aumento que beneficia principalmente os aeroportos mexicanos.

Jorge Villalobos, analista do setor aeronáutico da revista "Poder y Negocios", diz que a indústria não registrava crescimento de tráfego aéreo há mais de uma década, mas se pergunta até quando essas companhias poderão operar com preços tão reduzidos.

As companhias low cost prevêem bons resultados para o futuro. Por exemplo, A Volar, que começou suas operações em setembro de 2005 com apenas um avião em sua base de Tijuana (no norte do México), tem atualmente cinco aviões que movimentam 150.000 passageiros para 17 destinos, e espera fechar 2006 com 10 aviões que chegarão a 32 destinos no interior do país, levando dois milhões de passageiros em 2007 e alcançando o número de 40 aparelhos em 2009.

Para o presidente da Confederação Nacional de Associações de Agências de Viagens do México, (CONAAV), Gregorio Belfer, o auge de tantas companhias aéreas é negativo para o país "porque a concorrência terminará sendo desleal". É da opinião de que muitas companhias novas vão querer operar nas mesmas rotas que passam por cidades principais como Guadalajara, Monterrey, Cancun e a capital mexicana.

"É nessas rotas que se verifica a verdadeira concorrência das companhias low cost", garante Fernando Leal, diretor geral da agência de receptivo Quimbaya Tours International, da capital mexicana, que acrescenta que um vôo à cidade de Villahermosa, no leste, é mais caro do que um vôo internacional a Ciudad de Guatemala ou a Houston, nos EUA.

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