Missão turística e imobiliária do Nordeste Brasileiro no México e República Dominicana

06 de Novembro de 2008 7:01am
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Além das expectativas. É dessa forma que os empresários que participaram da missão técnica para o México e República Dominicana avaliaram a realidade turística desses países. A missão, ocorrida entre os dias 17 e 27 de outubro, foi organizada pela Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste Brasileiro (ADIT Nordeste) e teve como objetivo conhecer o turismo e os empreendimentos turísticos e imobiliários destes dois países.

Para o presidente da ADIT Nordeste, Felipe Cavalcante, a missão foi uma importante oportunidade para que os empresários do setor pudessem avaliar os erros e acertos dos países visitados, os quais são considerados destinos consolidados no turismo internacional. "O México e República Dominicana foram escolhidos por apresentarem características muito similares ao Nordeste Brasileiro em termos de clima, belezas naturais e infra-estrutura", apontou.

A comitiva formada por empreendedores de oito empresas do setor e duas entidades governamentais visitou grandes empreendimentos nestes dois países, além de reunir-se com gestores públicos, os quais apresentaram as práticas adotadas no México e República Dominicana, transformando-os em destinos turísticos mundiais. "A viagem superou as expectativas principalmente no tocante ao êxito em conseguir reuniões e encontros com os presidentes e diretores dos principais projetos das regiões visitadas", afirmou o diretor geral da BLD Brasil, Irineu Guimarães.

Riviera Maya - México: Um dos destinos visitados pelos empresários brasileiros no México foi a Riviera Maya. Referência para o turismo internacional, a Riviera oferece uma significativa oferta turística, com impressionantes praias de areia branca, rodeadas de vegetação. "É um destino turístico praticamente completo em termos de produtos: sol e mar, ruínas e cultura Maya, gastronomia mexicana e parques temáticos. Conta também com uma infra-estrutura adequada e planejada, além de contar com Playa del Carmem como âncora", completou o presidente da ADIT Nordeste.

Em Playa del Carmem, a comitiva brasileira visitou vários empreendimentos e empresas, como: Xcaret, Mayakoba, Bahia Príncipe - Golf, Fonatur e Grupo GPPA e Playacar.

Para Felipe Cavalcante as visitas foram muito produtivas e de grande aprendizado para os participantes da missão. "Percebemos que esses destinos turísticos foram criados inicialmente baseados no sistema All Inclusive (sistema em que todas as despesas de refeição, bebida e até gorjetas estão incluídas no valor da diária paga pelo hóspede). Esse tipo de serviço foi importante para a região, pois induziu o aumento de acessibilidade aérea e da promoção ao destino, apesar de trazer um turismo de menos valor agregado e altamente verticalizado", afirmou Cavalcante.

República Dominicana - O destino da República Dominicana também surpreendeu a comitiva brasileira. "Neste país o turismo é bastante baseado no sol e praia, mas sem uma infra-estrutura adequada, sendo criado também em torno do All Inclusive", afirmou Cavalcante.

Durante a visita à República Dominicana os empresários conheceram empreendimentos nas cidades de Punta Cana (Grupo Roko Ki e Cap Cana), La Romana (Viva resorts e Casa de Campo) e Santo Domingo. Nesta última a missão se reuniu com duas entidades: Ministério do Turismo e a ADETI (Associação Dominicana de Empresas Turísticas - Imobiliárias).

Nordeste x México e República Dominicana: No decorrer das visitas às cidades do México e República Dominicana e aos empreendimentos, os empresários procuraram analisar os destinos sempre na ótica de adoção de melhores práticas para o Nordeste Brasileiro, sendo surpreendidos com as inúmeras semelhanças destes países com a realidade da nossa região.

"Vimos que lá os destinos turísticos são baseados muito em praia e sol como ocorre aqui no Nordeste. No entanto existem algumas divergências, pois, todas as outras cidades que visitamos são destinos puramente turísticos, enquanto os principais destinos do Nordeste Brasileiro são grandes cidades com vida própria, comércio e indústrias", afirmou Mamede, da Arboreto Empreendimentos Imobiliários.

"A similaridade de clima, vocação para o turismo e aspectos socioeconômicos também são muito parecidos com a realidade do nosso país. Acredito que a maior diferença para o Nordeste é o fato de eles estarem muito próximo geograficamente da maior economia do mundo, os Estados Unidos, o que por conseqüência propicia maior demanda turística que o Nordeste", completou Guimarães da BLD Brasil.

Lições aprendidas: Após a finalização das visitas, a comitiva brasileira reuniu-se para discutir sobre as principais lições que conseguiram usufruir ao término da missão e o resultado foi bastante positivo. "Para uma região tornar-se destino turístico mundial é preciso, inicialmente, criar uma infra-estrutura adequada, além de fazer um planejamento da ocupação do litoral e do desenvolvimento turístico", avaliou Cavalcante.

"Turismo não acontece por acaso. Clima e belas praias existem em todo o mundo, o grande diferencial é disponibilizar aos turistas uma infra-estrutura adequada. Isso só pode existir por conseqüência de uma série de decisões e investimentos públicos e privados. No entanto, a vontade política e uma parceria do setor público com o privado são as fórmulas ideais para que o turismo desenvolva-se de maneira sólida e consistente, o que pode ser facilmente encontrado nos destinos visitados", afirmou Mamede.

"A missão serviu para nos mostrar que é possível a criação do destino Nordeste do Brasil. Os maiores aprendizados foram em relação aos aspectos ambientais (erros e acertos), bem como a preocupação com os impactos sociais e demandas laborais em torno dos empreendimentos", salientou Guimarães.

O gerente de projetos da ADIT, Jayme Queiroz, concorda com Guimarães. "Em termos ambientais o Brasil está mais a frente. Temos rígidas regras para que não se desenvolvam empreendimentos que afetem o meio ambiente. E isso é bastante proveitoso para o Nordeste, pois queremos apenas empreendimentos de primeira linha", completou Queiroz.

Para Marcos Vital, superintendente de investimentos da Secretaria de Turismo de Alagoas, a missão foi excelente devido ao nível das reuniões e o excelente aproveitamento de tempo. "A ADIT teve a feliz opção pela região escolhida. A agenda de reuniões permitiu entrar em contato com os principais executivos dos empreendimentos visitados".

Além destas questões citadas acima, os empresários avaliaram os destinos em relação à fase de desenvolvimento em que estão passando e depois de conversas com os representantes dos empreendimentos e gestores públicos de ambos os países, a comitiva brasileira concluiu que estes destinos estão entrando em uma nova fase. "Visitamos o México e República Dominicana em um momento crucial. Não poderia ter sido em um momento melhor, pois esses destinos estão passados por uma nova fase. Depois da fase inicial do turismo totalmente focado em All Inclusive, agora a tendência é a realização de empreendimentos turísticos-imobiliários de grande porte que trazem junto redes hoteleiras de alto padrão e um turismo de maior valor agregado e ambientalmente sustentável", concluiu Cavalcante.

A comitiva de empresários que participou desta missão ficou bastante segura que o Nordeste Brasileiro vai entrar nesta rota do turismo mundial. "O Nordeste do Brasil não deixa nada a desejar em relação ao clima e beleza natural. Temos tanto potencial de desenvolvimento quanto as regiões visitadas, pois não temos furacões, temos mais dias de sol, praias mais belas. Essa viagem foi oportunidade ímpar de aprendizado. Hoje no Nordeste temos empreendimentos turísticos com muito potencial. A viagem me fez acreditar ainda mais no desenvolvimento turístico da nossa região", afirmou Daniel Mamede.

Felipe Cavalcante considera-se satisfeito com os resultados obtidos. "A viagem foi fundamental para abrir nossas cabeças e entendermos melhor nossos concorrentes e o que devemos fazer e evitar para que o Nordeste se transforme em um destino turístico de classe mundial. A ADIT irá organizar outras missões técnicas para esses destinos anualmente", concluiu Cavalcante.

A missão contou com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX - Brasil). As empresas que participaram foram: Traço Planejamento, Invest Tur Brasil, Beach Land Development (BLD Brasil), Arboreto Empreendimentos, Paraíso Empreendimentos, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e Secretaria de Turismo de Alagoas (Setur - AL).

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