O turismo gay cresce e pede mais opções para viajar em família

26 de Setembro de 2014 11:07am
claudia

Os turistas homossexuais são muitos e têm um alto poder adquisitivo. Isso lhes dá uma grande força como consumidores e o sabem.

Durante a IV Convenção Internacional de Turismo LGTB de Montevidéu têm demandado uma maior oferta de viagens em família e mais opções para casamentos e luas de mel. O congresso tem contado com especialistas do setor turístico procedentes dos Estados Unidos, Brasil, Argentina e o próprio Uruguai, quem, em diferentes apresentações, têm analisado os reptos aos que se enfrenta o subsetor conhecido como turismo LGTB (lesbianas, gays, transsexuais e bissexuais).

Segundo dados do World Travel & Tourism Council e a Organização Mundial do Turismo, o turismo gay cresce mais do duplo que o turismo geral, com um ritmo anual de 10,3%, em frente ao 3,8% que o faz o segundo.

Os turistas homossexuais supõem “o 10% do total da atividade mundial e o 15% da despesa global”, destaca a ministra uruguaia de Turismo e Esporte, Liliám Kechichián. “Somos homossexuais, mas não somos homogêneos”, defende o presidente da Câmara de Comércio Homossexual da Argentina, Pablo De Luca, quem valoriza a variada demanda destinada a esta colectividade.

Lesbianas e transsexuais também reclamam uma maior oferta especializada para o próximo período num mercado “tradicionalmente destinado aos homens”, incide De Luca. As lesbianas têm sido “quase invisíveis durante muito tempo no turismo gay”, enquanto os transsexuais são um grupo turístico em expansão que reclama destinos com “leis progressistas”, acrescenta.
Precisamente, uma das principais preocupações que manifestam estes turistas é que nos países aos que viajam exista uma legislação que garanta seus direitos, detalha a representante da Associação Brasileira de Turismo LGBT, Marta*Della Chiesa. Por este motivo, Uruguai e Argentina, nos que se permite o casal homossexual, ocupam as primeiras posições de América Latina no ránking “Spartacus International Gay”, que mede a tolerância turística da cada nação em relação com sua legislação e costumes locais.

“Na medida em que avançamos como país abrimos as portas a todos elementos que conformam a identidade nacional”, assegura a intendente de Montevidéu, Ana Olivera, que recorda que a legalização dos casais homossexuais no Uruguai significou um importante avanço para o turismo gay friendly.

Mais lazer e orçamento que a média Um estudo sobre os hábitos de consumo do colectivo LGBT (lesbianas, gays, bissexuais e transsexuais) elaborado pela Organização Mundial do Turismo põe de manifesto a "crescente demanda" de novos serviços para uma "modalidade segmentada" mas que "tende à normalização" dentro da oferta turística.

Anualmente, sobretudo os europeus, dedicam mais de 8.000 euros por pessoa ao lazer e viajam quatro vezes mais que a média, porque seu comportamento como consumidor é o de uma pessoa solteira sem filhos, o que lhes permite ter uma maior despesa.

Back to top