Os países ibero-americanos recebem 15% do turismo mundial
De acordo com dados da OMT, as receitas do turismo constituem mais de 10% das exportações de bens e serviços dos 22 países que integram a região ibero-americana, ou seja, 3% do PIB. A região recebeu 122 milhões de turistas em 2005 (15% dos que viajaram pelo mundo nesses 12 meses) e as receitas foram superiores a US$ 90 milhões (13% do lucro a nível global).
Ainda que uma boa parte dessas quantias corresponda à Espanha, Portugal e México, outras áreas geográficas registraram um incremento considerável nos últimos tempos. Assim, o turismo cresceu 9% na América Central e 6% na América do Sul, em ambas as regiões acima da média mundial que foi de 4,1%. Os dados são confirmados pelas estatísticas nacionais.
Cuba, por exemplo, conseguiu superar pelo terceiro ano consecutivo a marca de dois milhões de visitantes do exterior, conforme anúncio do Ministério do Turismo. Em 2005 foram 2,3 milhões de turistas, e segundo o relatório do órgão, neste ano já está garantida a superação desta marca, confirmou o ministro cubano Manuel Marrero.
A partir dos anos 90, o turismo tornou-se o principal fator econômico para a ilha, com o ingresso anual de mais de US$ 2 bilhões em divisas, superando a produção açucareira.
O principal emissor para Cuba segue o Canadá, seguido por Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, França e México.
A estatal Porexport, da Colômbia, informou que o turismo internacional foi 15,2% superior em relação ao registrado no mesmo período de 2005 (janeiro-setembro), sendo Bogotá o destino de 49,2% dos estrangeiros.
Quanto à região de procedência, a primeira posição foi ocupada pela América do Sul (37,5%), a segunda pelos Estados Unidos (32,1%) e a terceira pela União Européia (17,3%.).
Na Argentina, o turismo tornou-se uma das principais indústrias do país a partir das belezas naturais e do menor custo para os estrangeiros devido à desvalorização do peso em 2002.
De janeiro a setembro, cerca de um milhão e meio de chegadas foram registradas no país (um incremento de 15,7% em relação ao mesmo período de 2005).
Já no Brasil, de acordo com dados divulgados em novembro pelo Banco Central (BC), a entrada de dólares com turistas estrangeiros em outubro foi de US$ 341 milhões, número que indica recorde neste ano. De janeiro a outubro de 2006, entraram no país US$ 3,548 bilhões, quantia 10,11% superior à registrada em todo o ano de 2004. Os dados divulgados pelo BC não contabilizam as trocas não oficiais de moeda, aquelas feitas informalmente pelos turistas.
O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, acredita que os resultados do setor vão, "no mínimo, dobrar", até 2010. "Nós não esperamos menos do que de US$ 9 bilhões a US$ 10 bilhões em entrada de divisas, trazidas pelos turistas estrangeiros em 2010", disse Walfrido, ao participar da abertura do Seminário sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs), promovido pelo governo brasileiro em conjunto com a Organização Mundial de Turismo (OMT), no primeiro dia de trabalhos do 3° Fórum Mundial de Turismo para Paz e Desenvolvimento Sustentável - Destinations2006, em Porto Alegre.
A OMT indica que a região ibero-americana pode atingir 200 milhões de turistas internacionais em 2020, com um desempenho notável da América Central, da América do Sul e do Caribe.