Pesquisadores alemães encontram ilhas submersas no Caribe

13 de Maio de 2010 3:42pm
godking

Investigadores das universidades de Hannover, Kiel e Greifswald viajaram em março a bordo do barco alemão de pesquisa Meteor até o Mar do Caribe para estudar o fundo do mar, sobre o qual até hoje pouco se sabe. A descoberta inesperada de corais e caracóis a uma profundidade de entre 800 e 1.000 metros os surpreendeu. Foi assim que eles perceberam que haviam encontrado ilhas submersas há 50 milhões de anos.

"Inicialmente, queríamos pesquisar as formações rochosas de basalto no solo marinho e no contexto da formação das placas tectônicas do Caribe. Enviamos uma cesta de metal e um robô para o fundo do mar, com eles recolhemos formações rochosas e para nossa surpresa encontramos formações que não esperávamos. Esperávamos encontrar rochas de basalto nas profundezas. Mas encontramos pedras, corais e caracóis que se formam fora da superfície marinha, por isto deduzimos que estávamos diante de ilhas que submergiram ao longo de milhões de anos, disse o geólogo Martin Meschede, à Deutsche Welle.

"A uma profundidade de entre 800 e 1.000 metros elas não poderiam ter se formado. Por isso chegamos à conclusão de que eram ilhas no passado. Recolhemos as pedras de basalto a mais de 2 mil metros de profundidade", explica.

Ainda não é possível dizer nada sobre a importância dessas descobertas porque ainda estão pesquisando. É um processo que deverá durar meses ou anos. São análises geológicas e químicas, análises de conteúdo dos fósseis.

Os pesquisadores querem saber é a idade do material rochoso que se encontra nas profundezas, mas sobretudo o que provocou a submersão.

Martin Meschede trabalhou desde 1996 no Caribe e nos arredores. Dirigiu projetos na América Central, na Costa Rica, no México e em Cuba e já esteve em diversas ilhas do Caribe. Ou seja, trabalho há muito tempo com a região.

"A causa da submersão dessas ilhas tem a ver com o complexo processo de formação das placas tectônicas e com a fricção à qual elas são submetidas. A placa do Caribe é muito pequena, sendo pressionada pelas placas norte-americana e sul-americana, que são grandes em comparação. A placa do Caribe está presa entre as duas, o que faz com que ela se fragmente. E essa fragmentação faz afundar uma parte da placa", disse o geólogo.

"É uma região tão vulnerável quanto qualquer outra que se encontre no meio de várias placas. Isso foi o que constatamos no começo do ano com o terremoto no Haiti. Nossa pesquisa aconteceu a uns 70 km de onde ocorreu o terremoto. Está claro por que ele foi tão devastador, pois ali é que se situa o limite entre as placas tectônicas", completa.

Fonte: Deutsche Welle

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