Portugal: crise deve afetar emprego temporário no turismo

22 de Junho de 2009 2:36pm
godking

Em ano de crise, o emprego temporário ligado ao setor turístico e de restaurantes deverá sofrer uma queda este verão em função da diminuição do número de turistas e da contração do consumo.

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), José Carlos Pinto Coelho, antecipa um verão bastante duro para o setor, em especial na área de restaurantes.

Por esta razão, assinalou, os empresários demonstram neste momento ter receio em contratar.

Para contrariar a crise na atividade dos restaurantes, a CTP tem defendido que o IVA no setor deveria ser reduzido para 5%, à semelhança do que aconteceu na França.

Hotéis

No hotelaria, as reservas começam já a dar sinais de melhoria, mas estão ainda "muito aquém do habitual".

Porém, Coelho disse acreditar que este ano as reservas de última hora vão ter um peso importante no setor.

Reconhecendo a importância do turismo na criação de emprego durante os meses de verão, Francisco Figueiredo, da Federação dos Sindicatos de Hotelaria e Restauração, alerta que muito desse trabalho pode ser "ilegal" ou "não declarado".

Com a aproximação do verão, "a maior preocupação é com o trabalho precário, ilegal e clandestino no setor de restaurantes", afirmou o sindicalista, apontando que em hotéis este problema é menos acentuado.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no final de março, o setor gerava 307,8 mil empregados - menos 0,5% do que no mesmo período do ano passado e menos 5,1% do que no trimestre anterior. Isso representa 6% da população empregada em Portugal.

Peso

Em declarações à Agência Lusa, o presidente da Associação das Empresas de Trabalho Temporário (APESPE), Marcelino Pena Costa, explicou que o peso do setor do turismo no conjunto do trabalho temporário tem crescido gradualmente nos últimos anos a um ritmo médio de 12% em relação ao ano anterior, mas que neste ano isso não aconteceu e não há sinais de crescimento, mas sim de desaceleração, especialmente no Algarve.

Segundo os dados da APESPE, as profissões mais solicitadas pelos associados têm sido cozinheiros, empregadas de quarto, copeiros, empregados de mesa, barmen e recepcionistas.

Lusa

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