Simpósio internacional sobre gestão patrimonial teve lugar em Camagüey

Com uma conferencia magistral sobre antropologia cultural dada por Miguel Barnet, presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba, abriram as sessões do VIII Simpósio Internacional Desafios no Manejo e Gestão de Cidades, em Camagüey, que celebrou até o dia oito seu médio milênio de existência.

Em sua dissertação, o destacado intelectual cubano falou sobre como o chamado primeiro mundo julga segundo sua óptica reducionista as tradições de regiões como Ásia, África e América Latina, e converte-las em produtos deformados, comercializados e consumidos, através das in por sociedades alienadas.

Mesmo assim, Barnet destacou a necessidade de proteger o patrimônio como forma de contra restar os efeitos devastadores de engano sociológico e o mal-entendido conflito civilização-barbárie, através da reflexão filosófica de mirar para os outros não como seres estranhos, senão com profundo sentido humanista.

Argumentou que à antropologia, como ciência que estuda ao homem em seu desenvolvimento cultural, corresponde-lhe desmistificar a supremacia ocidental e trabalhar por apagar prejuízos raciais, étnicos, ideológicos e outras barreiras ao pleno desenvolvimento dos povos.

Barnet insistiu em que o multiculturalismo, longe de afastar aos seres humanos, renova constantemente a capacidade criadora destes, sempre que assuma à identidade como um processo em formação e não como critério estático.

Durante o evento teve lugar uma conferencia magistral do arquiteto mexicano Javier Villalobos, amplamente reconhecido por seu labor na restauração de monumentos, e antigo presidente em seu país do Conselho Internacional de Monumentos e Sitios.

A cita foi um dos eventos mais importantes de seu tipo que se realizam em Cuba, no contexto da Semana da Cultura de Camagüey.

Este ano, pela primeira vez, teve carácter internacional, graças à presença de mais de 30 especialistas de uns oito países, e secionou em comissões de trabalho segundo subtemas como: processos de formação de centros históricos, planejamento urbano e paisagem cultural de centros e cidades históricas, e a gestão, sustentabilidade e participação comunitária.