Vôo da United Airlines mostra como reduzir emissões de CO2
A United Airlines mostrou neste final de semana que é possível reduzir consideravelmente as emissões de gases do efeito estufa do setor de aviação com o uso de tecnologias de última geração nos procedimentos de navegação aérea.
O vôo 870 saiu de Sidney, na Austrália, na sexta-feira, e pousou em São Francisco, nos Estados Unidos, no sábado, com um saldo de 1.564 galões de combustível e 16,33 toneladas de emissões de carbono a menos. A economia de combustível poderia chegar a 2,6 mil galões caso o vôo não tivesse atravessado uma grande tempestade, informou o porta-voz da United, Jeffrey Kovick.
Esta é a primeira companhia aérea dos EUA a participar da Iniciativa para Reduzir Emissões da Ásia e do Pacífico do Sul (conhecida pela sigla Aspire), que já realizou outros dois vôos experimentais transpacíficos.
"Eu estou contente em poder ver em primeira-mão as tecnologias que ajudaram o nosso estado a estar na linha de frente do futuro da aviação", disse o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que deu boas-vindas ao vôo no aeroporto.
Schwarzenegger afirmou que a redução do uso de combustível e de emissões de dióxido de carbono é um exemplo de que as empresas podem diminuir custos ao mesmo tempo em que ajudam o meio ambiente. O governador espera que os procedimentos usados se tornem normas nos EUA.
Entre as medidas tomadas durante o vôo está a alteração de rota - o que normalmente não seria possível com as tecnologias atuais - para obter vantagem com as condições do tempo atualizadas. Nove minutos antes de aterrissar, o capitão Tom Spratt solicitou ainda um procedimento de pouso especial, desenvolvido pela United e pela Boeing, que possibilita uma economia adicional de combustível ao fazer uma descida suave e contínua ao invés da tradicional rápida e brusca.
A United e a Boeing expandiram o programa que usa este procedimento, conhecido como Tailored Arrivals (algo como aterrissagem sob medida), para um número considerável de vôos. Cada aeronave que aterrissa desta maneira economiza 60 galões de combustível.
O vôo reduziu a queima de combustível usando também informações atualizadas a cada minuto sobre o consumo de combustível e contando com a permissão para decolagem prioritária e o uso de espaço aéreo restrito ao redor do aeroporto de Sydney - tudo possível devido ao uso de novas tecnologias.
"Tecnologias de última geração e modernização do nosso sistema de tráfego aéreo poderiam salvar toneladas de emissões de carbono a cada ano, e a United está satisfeita com a parceria realizada com a Administração Federal de Aviação e com a possibilidade de fornecer um dado importante para a Aspire, demonstrando estas economias", disse o vice-presidente executivo da United Airlines, Peter McDonald.
Um dos objetivos dos administradores do Aeroporto Internacional de São Francisco, da United e de outros envolvidos era justamente chamar a atenção para a importância de se modernizar o sistema de controle aéreo dos EUA. "Nós precisamos avançar para um sistema de navegação com satélites ao invés de utilizar o feito a partir do solo que nós temos hoje", disse McDonald.
A Aspire é uma parceria multilateral da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), Airservices Austrália e Airways New Zealand. Os dados do vôo serão analisados pela FAA em um esforço para acelerar o desenvolvimento e a implementação de procedimentos operacionais para reduzir a pegada ambiental de todas as fases do vôo.
A Airways New Zealand planeja conduzir o primeiro vôo com biocombustíveis no próximo mês, usando um Boeing 747.
*Com informações de jornais americanos.
Envolverde/CarbonoBrasil