WWF denuncia massacre de elefantes e rinocerontes em Moçambique
O WWF refere que 2.500 elefantes foram abatidos ilegalmente nos últimos dois anos e que o país perdeu pouco mais de 12 milhões de dólares em receitas relacionadas com o turismo cinegético.
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) denunciou, terça-feira (9), que Moçambique assiste a "um extermínio" de elefantes e de rinocerontes, tendo perdido nos últimos dois anos 2.500 paquidermes, principalmente nas áreas de conservação, de acordo com notícia divulgada pela Angop.
Num comunicado que "retrata a situação da caça furtiva em Moçambique nos últimos anos", o WWF refere que 2.500 elefantes foram abatidos ilegalmente nos últimos dois anos e que o país perdeu pouco mais de 12 milhões de dólares em receitas relacionadas com o turismo cinegético.
"Este extermínio, que ocorre um pouco por todo o país e com maior incidência nas áreas de conservação e outras áreas livres de maior concentração, tem como autores principais cidadãos nacionais e estrangeiros", diz a organização de defesa da vida selvagem.
Qualificando a situação de "uma autêntica delapidação da fauna bravia moçambicana", o WWF diz que o país é também um dos maiores corredores de marfim de elefantes e pontas de rinoceronte, com destino à Ásia.
"De acordo com um relatório da Convenção Internacional sobre Comércio das Espécies em Perigo (CITES), neste momento regista-se um grande declínio do número de elefantes, devido a acção dos caçadores furtivos", acrescenta a nota de imprensa do WWF.
Segundo a organização, numa recente visita ao Parque Nacional das Quirimbas, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, a directora nacional do WWF em Moçambique, Helena Motta, viu cerca de 85 elefantes abatidos numa pequena área de concentração dos paquidermes.
"Os elefantes bebés ou jovens são abatidos em primeiro lugar, pois as mães ficam por perto e também são alvo fácil a abater. Isto tem tido um imenso impacto nas manadas e nos sobreviventes que perdem os adultos que têm a informação sobre os locais onde se encontra a água. A imagem é demasiado triste para ser descrita", relatou Helena Motta.
Fonte: Africa 21