Dia Mundial do Água: um recurso a valorizar por todos

22 de Março de 2021 11:00pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
Dia Mundial do Água

Dia Mundial do Água: O valor do ouro líquido

Há sincronías esperanzadoras que seguem alentando inclusive em períodos incertos como este: nas afueras de Bilbao, o restaurante Azurmendi (três estrelas Michelin) integra gastronomia e sustentabilidade no gerenciamento de recursos naturais como o água. Ali, os valores do território e sua herança cultural, junto a iniciativas em harmonia com o planeta, coexistem num edifício bioclimático que é expressão da filosofia do chef espanhol Eneko Atxa, e também, um referente de práticas comprometidas com a Agenda 2030 da ONU.

Reconhecido por segunda vez em 2018 como o restaurante mais sustentável do mundo por The World´s 50 Best, na construção do imóvel se empregaram as tecnologias mais avançadas quanto a energias renováveis nesses momentos, entre as quais se incluem sistemas de coleta de pluviales para irrigação e labores de limpeza. Especificamente, uma coberta para o depósito de água de chuva que cobre o 100% das necessidades de irrigación anual da huerta de produção exterior e dos dois invernaderos, e o abastecimento dos serviços sanitários.

Se a cada ano no Dia Mundial do Água visibiliza os reptos para a conservação deste recurso natural —e, portanto, da espécie humana—, iniciativas como as aplicadas em Azurmendi confirmam que a resposta começa pela responsabilidade individual e social. Que pode fazer a cada um para contrarrestar a drástica diminuição das reservas de água e favorecer seu uso consciente nas atividades quotidianas? Talvez essa deveria ser a primeira interrogante em frente a uma das maiores urgências de nosso tempo.

#Water2me

A pandemia da COVID-19 tem mudado a vida tal e como a conhecíamos dantes do brote do vírus. No entanto, enquanto a atualidade mediática se desborda de notícias sobre seu impacto em termos humanos e econômicos, há realidades que persistem e outras que adquirem, inclusive, mais preeminência, como o tema do esgotamento dos recursos naturais e as ações para garantir o acesso global a eles.

No meio desta crise sanitária, no Dia Mundial do Água dedica-se em 22 de março ao valor ambiental, social e cultural que lhe atribui a população do planeta. Nações Unidas aponta em sua página web que o água adquire diferentes significados segundo o âmbito onde nos encontremos, e baixo o título de #Water2me pôs em marcha uma campanha em redes sociais para gerar conversas, reunir critérios e comentários de pessoas de todo mundo sobre o água e o que representa para elas.

"Nos lares, escolas e lugares de trabalho, o água pode significar saúde, higiene, dignidade e produtividade. Nos lugares culturais ou religiosos, pode evocar conexão com a comunidade e com um mesmo. Enquanto nos espaços naturais pode ser significado de paz, harmonia e conservação", assinala a web dedicada a este dia internacional. Com a propagação da COVID-19 potenciou-se, ademais, o valor imprescindível do água para a lavagem sistemática das mãos, a fim de conter a pandemia e outras doenças infecciosas.

A proposta de celebrar anualmente uma data dedicada aos recursos hídricos surgiu em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Médio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada na cidade de Rio de Janeiro.

Nesse ano, a Assembléia Geral da ONU adotou a resolução que declara o dia 22 de março como Dia Mundial do Água, à qual seguiram outras iniciativas como o decenio "Água para o desenvolvimento sustentável" (2018-2028), que busca acelerar os esforços para garantir o acesso à água potável e ao saneamento, enfrentar a pressão sobre os recursos hídricos e os ecossistemas, e o crescente risco de secas e inundações.

Preservação do água: Em agenda

A percepção de que os recursos naturais resultam ilimitados é a cada dia mais rebatível: em realidade, nem são inesgotáveis nem sua disponibilidade em nível mundial é tão ampla como pensamos. Sucede, por exemplo, com os bosques, com os minerais, e também, de modo alarmante, com o chamado ouro líquido.

Tal como indica a Organização de Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os recursos de água doce estão diminuindo a um ritmo acelerado. Este desafio se fará mais apremiante devido ao crescimento demográfico, pois está previsto que a população mundial alcance os 10 000 milhões de pessoas em 2050, e por tanto, que aumente a demanda de alimentos e de água.

Ainda que pareça uma data longínqua, os reptos em relação com este tema não são em absoluto distantes: hoje em dia, uns 2200 milhões de pessoas carecem de água potável, 4200 milhões não dispõem de um sistema de saneamento adequado; e dependendo da dieta, precisam-se de 2 000 a 5 000 litros do precioso líquido para produzir os alimentos que uma pessoa ingere a diário. Se continuam os padrões de consumo atuais, estima-se que dois terços da população global poderiam estar vivendo em países com estrés hídrico para o ano 2025.

Em frente ao gerenciamento ineficiente deste recurso e a ameaça que isso representa para a vida, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 da Agenda 2030 de Nações Unidas reconhece a importância de garantir a disponibilidade da água limpa e o saneamento para todas as pessoas, como um direito essencial. Tal propósito inclui, entre outras metas, conseguir o acesso universal e equitativo à água potável a um preço asequible, melhorar sua qualidade, reduzir as águas residuales sem tratar, bem como proteger e restabelecer os ecossistemas relacionados com o água, como bosques, montanhas, banhados, rios, acuíferos e lagos.

Água que não tens de beber... Como se poupa?

Um caldo liofilizado de trombetas da morte, trufa, boletus edulis e garbanzos tostados, mais água vegetal transparente a 100°C vertido em o plato. Com esta proposta culinaria, nomeada Água clara & Água suja, os irmãos Rocha alertavam sobre o problema global do água, como parte de seu menu "A Terra se esgota", apresentado em a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP25), celebrada em Madri.

Aquela advertência destacou o valor da gastronomia —à qual o água é inherente— para concientizar e impulsionar mudanças. "Adotar desde a cozinha um código ético responsável e retornar à sociedade o que a sociedade nos dá. A cozinha tem claro seu cometido de cozinhar com consciência (…) Devemos realçar os valores e princípios autênticos para um futuro sustentável", reafirmava então o epílogo deste menu.

Um chamado à sensibilidade mundial que também pode ter expressão em outros setores e esferas de atuação. Propomos-te revisar estas quatro áreas identificadas pela FAO nas que pode ser trabalhado para salvaguardar os recursos hídricos, e contribuir a que 24 horas de uma celebração internacional se multipliquem, como precisa o planeta, em 365 dias.

1. Agricultura

Representa quase o 70% de todas as extrações de água e até o 95% em alguns países em desenvolvimento. A eleição do cultivo tem um grande impacto em a quantidade deste recurso que se precisa. Os cultivos de leguminosas, por exemplo, têm uma reduzida impressão hídrica, o que significa que para produzir 1 kg de lentejas só se precisam 1250 litros de água. Compara isto com os 13 000 litros de água necessários para produzir 1 kg de carne de vacuno…!

2. Mudança climática

Espera-se que a escassez do precioso líquido se intensifique como resultado da mudança climática. Secas mais frequentes e graves estão afetando à produção agrícola, enquanto o alça das temperaturas traduz-se em um incremento da demanda de água para os cultivos. Além de melhorar a eficiência no uso deste recurso e a produtividade agrícola, devem ser adotado medidas para coletar e reutilizar os recursos de água doce e aumentar o uso seguro das águas residuales. Fazê-lo não evitará que se produzam as secas, mas pode ajudar a evitar que provoquem fomes e transtornos socioeconômicos.

3. Sistemas alimentários

O água utiliza-se com frequência de maneira ineficiente em a corrente de valor dos alimentos. Ademais, decisões finque como a seleção do lugar, a tecnologia e os provedores se tomam frequentemente sem ter em conta o impacto sobre os recursos hídricos.

4. Perda e desperdicio de alimentos

Desperdiciar alimentos equivale a desperdiciar água. Quando eliminamos alimentos, também estamos desperdiciando os recursos que se destinaram a sua produção. Todos podemos fazer pequenas mudanças em nossa vida diária para reduzir o desperdicio, desde aproveitar as sobras para cozinhar até comprar só o que precisamos.

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