Turismo mundial sob o impacto do coronavírus
A consultora Capital Economics divulgou hoje um relatório afirmando que a decisão da China de suspender viagens ao exterior devido ao vírus Wuhan pode afetar o turismo global, principalmente na Ásia.
Pelo menos 80 pessoas morreram na China depois de serem infectadas por esse novo coronavírus, segundo a contagem mais recente, o que os levou a multiplicar medidas drásticas para conter o contágio dentro e fora do país.
Após o isolamento da cidade de Wuhan, epicentro da epidemia, e depois de quase toda a província central de Hubei, onde vivem mais de 56 milhões de habitantes, Pequim anunciou neste fim de semana a suspensão de viagens organizadas na China e no exterior. .
O número de turistas chineses no exterior multiplicou por quase 10 desde 2003, ano da epidemia da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), outro coronavírus, informou o consultor Capital Economics em relatório.
Ele acrescentou que as despesas dos visitantes chineses atualmente representam uma parte importante do Produto Interno Bruto (PIB) de alguns territórios e países asiáticos, como Hong Kong, Camboja, Tailândia e Cingapura, de acordo com a Capital Economics.
Em 2003, a epidemia de SARS na Ásia causou uma queda de cerca de um terço do número de turistas chineses. 'Se este ano houver uma queda semelhante, isso reduzirá entre 1,5 e dois pontos percentuais do PIB dos países mais vulneráveis', acrescenta o consultor.
Em Tóquio, a queda do turismo chinês já era sentida em Asakusa, o bairro da capital com pequenas lojas, restaurantes e templos.
Os chineses são o primeiro contingente de turistas estrangeiros no Japão desde que as restrições de vistos foram flexibilizadas em 2015.
Acrescenta o relatório que passou de menos de 450 mil visitantes em 2003 para 8,4 milhões (sem contar Hong Kong) em 2018, representando 27% do total de visitantes estrangeiros no Japão, segundo estatísticas da Organização Japonesa de Turismo ( JNTO).
Devido ao vírus, será muito difícil para o Japão atingir sua meta de 40 milhões de turistas até 2020, mesmo com os Jogos Olímpicos neste verão, alertou Yuki Takashima, economista da Nomura Securities.
Fonte: Prensa Latina