Quais poderiam ser as consequências de um "Brexit difícil" para o turismo espanhol?

Se finalmente o temido Brexit ficar sem acordo, o setor de turismo espanhol teria a pior parada na Europa em 2020, pois perderia 7% dos visitantes britânicos, conforme detalhado pela Comissão Europeia de Viagens (ETC) em um relatório.
Como noudiari.es relata, se o divórcio do gigante turístico Thomas Cook for adicionado ao divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia, a perda de turistas britânicos chegaria a 8% em 2021, ou seja, 1,3 milhão de visitantes menos.
As comunidades mais afetadas por essa situação seriam as Ilhas Baleares e Canárias, as mais dependentes do passeio. O estudo da ETC destaca, neste momento, a recuperação de destinos concorrentes como Turquia, Egito, Tunísia ou Marrocos, que ressurgiram de suas cinzas, registrando dados semelhantes aos de sua idade de ouro.
O relatório repara especialmente no caso da Turquia, onde a chegada de turistas aumentou 15%. Dessa forma, de acordo com o estudo, tornou-se um "grande rival" da Espanha, “graças à sua capacidade de acomodação e uma ampla gama de tudo incluído que atrai muitas famílias européias".
A Espanha, por outro lado, é um dos países europeus que menos cresceu este ano em termos de chegadas internacionais de turistas. Especificamente, ocupa a 26ª posição de um total de 34, com um aumento de 1,3% na chegada de visitantes estrangeiros. Esta lista é liderada pelo Montenegro (+ 18,1%); Turquia (+ 14,7%); Luxemburgo (+ 10,1%), Lituânia (+ 9,3%); e Eslováquia (+ 9%).
Finalmente, o estudo conclui que a duplicação de chegadas de turistas de longa distância provocaria uma receita anual de turismo em 20.000 milhões de euros, passando de 90.000 milhões para 110.000, sem incorrer na superlotação turística.