2023 poderia ser o ano da recuperação do turismo

29 de Novembro de 2021 6:29am
Redação Caribbean News Digital Portugues
Omicron (foto el Economista)

A irrupção de Omicron, a nova variante do coronavirus procedente de África do Sul é tão só o penúltimo contratempo que tem tido que enfrentar a indústria turística desde que arrancou a pandemia em março de 2020.

Nesses 18 meses, as empresas têm visto como a cada vez que tinha um mínimo vislumbre de recuperação, uma nova onda, outra variante do vírus ou o fechamento de um grande mercado emissor acaba devolvendo à lacuna de saída.

A nova variante procedente de África do Sul não tem sido uma novidade e as empresas já as tinham descontado em seus prognósticos.

José Luis Zoreda, vice-presidente executivo de Exceltur, um lobby que reúne a 29 empresas do sector como Meliá, Iberostar, NH, Riu, Renfe, Iberia ou Globalia, apresentou o passado 7 de outubro suas últimas previsões com uma clara mensagem que esfriava o optimismo posterior ao verão, acelerado pela rapidez do processo de vacunação em Espanha.

“Ficam muitos riscos por resolver num panorama ainda muito incerto”, recalcó na apresentação de uma encuesta a suas 29 sócios, na que o 33,1% das empresas já vaticinaba que não recuperaria os níveis de facturação prévios à crise até o segundo semestre de 2022 e outro 50,9% auguraba que não fá-lo-ia até 2023.

ASA reclama fixar critérios comuns para evitar que se desincentiven as viagens

Na mesma linha, Javier Gándara, presidente da Associação de Linhas Aéreas (ASA), que aglutina o 85% do tráfico aéreo em Espanha, auguró faz um mês que estávamos no início da recuperação, mas também fez um apelo à cautela. “Não há certezas sobre o comportamento da demanda nos próximos meses”. Já nessa data auguraba que a recuperação dos níveis prepandemia não chegariam até 2023 ou 2024.

Quatro semanas depois, o diagnóstico permanece invariável à espera do que decida a União Européia nos próximos dias. “Se a União Europa restringe os voos desde essa zona de África não terá grandes mudanças no diagnóstico. Mas se aplicam-se novas restrições à mobilidade e acrescentam-se novos requisitos para viajar que desincentiven aos turistas, o palco será pior”, recalcan fontes da associação.

ASA previa em meados de outubro que a temporada de inverno contaria com uma programação de 630.000 voos, um 2% mais que em 2019, mas um 5% por embaixo de 2018. Ao igual que fez o passado verão, a organização fez finca-pé em distinguir entre o número de voos e o número de passageiros, que não guarda proporcionalidade na crise do coronavirus.

“A recuperação de voos não está relacionada com a de passageiros porque dantes da pandemia o factor de ocupação era de 85%, em 2020 foi de 65% e, a dia de hoje, de 68%”, recalcou. Em sua opinião, as chaves para impulsionar uma recuperação global é o levantamento das restrições a nível global e a fixação de critérios comuns para viajar em todos os países, com o fim de que se incentive à população européia a viajar e não a ficar em casa.

A hotelaria pede manter os terraços mais dois anos

Hotelaria de Espanha, que representa a 370.000 bares e restaurantes, pediu ontem ao Executivo um marco legal que facilite a actividade dos terraços, dada sua importância económica para os estabelecimentos, já que tem advertido de que não será até 2023 quando se recuperem os níveis prévios à pandemia.

A patronal hostelera apresentou na sexta-feira o relatório O terraço: um espaço necessário e seguro em liberdade, realizado por Cremades & Calvo-Sotelo, no que se comparam 12 cidadesd em nível europeu e 19 em nível nacional, onde se põem em evidência grandes diferenças entre uns territórios, bem como nos regulamentos e regulações dos terraços, que desvelam a ausência de uma mínima unidade. (Fonte: El País)

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