Ausência do turismo britânico, os 10 destinos mais danificados

21 de Junho de 2021 7:11am
Redação Caribbean News Digital Portugues
turista-ingles-Espanha (Foto Preferente)

Reino Unido volta a dar um frenazo à desescalada, já que não eliminará todas as restrições ao movimento nem ao contato social até 19 de julho, o que tem suposto um jarro de água fria para Espanha, ao ser primeiro grande emissor de viajantes, com 18,1 milhões de viajantes, um 21,6% do total.

A percentagem é bem mais elevada em alguns destinos de Baleares ou Canárias (Benidorm e Salou são as duas únicas exceções penínsulares) e a possibilidade de que os primeiros turistas não cheguem até finais de julho, no mais otimista dos palcos, tem estendido o pesimismo entre a indústria turística.

Benidorm é o destino mais visitado em Espanha pelos viajantes britânicos, com 791 mil turistas ao ano, o que supõe um 37% do total. Nuria Monte, gerente da Associação Empresarial Hoteleira e Turística da Comunidade Valenciana (Hosbec), recalca que o lembrado na segunda-feira em Reino Unido era um palco esperado.

“Já o deixou cair o embaixador de Reino Unido em Espanha em nossa última reunião e estávamos preparados manejando dois palcos: o primeiro, o mais otimista, é arrancar o início das operações no final de julho e o segundo, quiçá mais realista, é que comecem a voltar no final de agosto”, recalca. Montes, no entanto, diferencia o impacto entre Canárias e Benidorm, no que a temporada alta se alonga em inverno, e Baleares ou Salou, no que a temporada alta acaba em setembro.

Turismo-Destinos España dependientes de UK
Destinos de Espanha mais dependentes do turismo de Reino Unido (Foto tomada do diário O Pais)

 

“Vai ser um mazazo para Baleares porque será o segundo verão consecutivo sem turismo britânico”. Em qualquer um caso aclara que não poderá ser falado de recuperação em Benidorm enquanto não tenha um regresso completo do turismo britânico. A gerente de Hosbec confia em que Benidorm recupere em verão a metade dos viajantes estrangeiros recebidos no verão de 2019 e que essa percentagem escale até o 80% para o inverno.

Canárias e Benidorm se beneficiarão da falta de estacionalidade

Conectividade aérea

Canárias é outro dos destinos mais afetados pelo frenazo do turismo britânico. Jorge Marichal, presidente da patronal hoteleira Ashotel, que representa a Tenerife, A Palma, O Ferro e A Gomera, e da estatal Cehat, precisa que as zonas mais afetadas são Tenerife e Lanzarote.

Adeje esse o terceiro destino em Espanha, depois de Benidorm e Barcelona, que mais viajantes britânicos recebe, com 573.000 turistas, um 38,8% do total, e Arona, outro município tinerfeño, aparece em quinto lugar, com 355.275 viajantes britânicos, com um 43,6% sobre o total. “Levamos meses trabalhando para reduzir a forte dependência do mercado britânico e apostar por outros mercados, como França ou os países do Leste, mas nossa margem de atuação é muito menor que o de Benidorm, já que eles contam com um mercado penínsular que pode chegar de carro e Canárias depende em exclusiva da conexão aérea”.

Em qualquer um caso denuncia que o sucedido com Reino Unido replica o acontecido em 2020 e é uma mostra do protecionismo surgido a partir do brexit. “Parece que tivessem um plano para que os britânicos não saiam ao estrangeiro de férias e fiquem em seu país”, asegua Marichal.

A Baleares e Salou condiciona-lhe que a temporada alta acaba em setembro

Mas quiçá o impacto mais duro pode ser vivido em Baleares, no que o risco de um segundo verão em alvo começa a tomar forma. No top tenha do turismo britânico em Espanha aparecem Calviá, com 548.278 viajantes (um 35,6% do total) e Palma de Mallorca, com 224.124 (um 9,4% do total).

“Este novo atraso faz pó as expectativas da indústria turística e dificulta as férias até dentro de um mês mais», recalca María José Aguiló, vice-presidenta executiva da Federação Hoteleira Empresarial de Mallorca (FEHM). Mas a situação torna-se em dramática em três destinos (Pollença, Santa Eulalia do Rio e San Antonio de Portmany), no que a percentagem do turismo britânico sobre o total supera o 50% e chega ao 59% no caso de Pollença. A decisão do Executivo britânico lhe pilla à hotelería balear com escassa margem de atuação e com muita incerteza sobre a evolução do mercado nacional e do mercado alemão nas próximas semanas. No arquipélago só está aberta na atualidade o 55% da planta hoteleira e os empresários asseguram que essa percentagem crescerá se se consegue atrair ao turismo nacional, algo que não parece fácil tendo em conta que agora mesmo é necessário estar vacunado (ao menos com uma dose) ou uma PCR ou antígenos para aceder à ilha.

Pendentes de mudanças no mapa de cores

Tanto os governos de Canárias e Baleares como a indústria turística confiam em que no dia 24, ambos archipiélagos entrem a fazer parte da lista verde de destinos dos viajantes britânicos, o que eliminará a exigência de cuarentena e de fazer duas PCR à volta.

A baixa taxa de contágios unidos ao coronavirus é a principal baza para que os britânicos vacunados com dupla pauta ou os que tragam uma PCR ou uma prova de antígenos podem passar suas férias sem mais trâmite. Se a média de contágios já se situou em Espanha por embaixo de 100 casos, as cifras em Baleares já estão em 36 casos e em Canárias variam entre os 45 casos de Grande Canárias, Fuerteventura e Lanzarote e os 99 de Tenerife, Ferro, A Palma e A Gomera. (Fonte: O País)

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