Ómicron nega-lhe uma trégua ao turismo

08 de Fevereiro de 2022 7:49am
Redação Caribbean News Digital Portugues
covid-omicrom-Mexico (foto PL)

Uma quarta onda de contágios de coronavirus pela variante ómicron, golpeou a recuperação dos destinos turísticos mais populares de México em momentos em que os empresários da chamada “indústria sem lareiras” previam fechar no ano com melhores números de viajantes, ocupação turística e derrama económica.

Ao fechamento do 2021, a chegada de turistas internacionais, a ocupação hoteleira e a contribuição do turismo ao PIB localizam-se -46, -34 e -1.6 por cento, respectivamente, embaixo dos níveis prévios à pandemia no 2019.

Em entrevista para O Financeiro, Braulio Arsuaga, presidente do Conselho Nacional Empresarial Turístico (CNET), indicou que algumas das reservaciones que se orçaram para o primeiro trimestre deste ano se estão a percorrer para outros meses, ainda que indicou que não se registaram ainda cancelamentos em massa.

“Este primeiro trimestre do ano poderia estar inclusive por embaixo do ano passado e ainda longe dos níveis prévios à pandemia”, admitiu Arsuaga quem preside o organismo que aglutina aerolíneas, hotéis e outros serviços turísticos.

México fechou o 2021 com uma queda do 26 por cento quanto a chegada de turistas internacionais via aérea, isto é, o país perdeu para perto de 5 milhões de viajantes em comparação com os níveis prepandemia.

Segundo a Unidade de Política Migratoria da Secretaria de Gobernação, 13.7 milhões de viajantes chegaram desde a estrangeiro via aérea, dos quais, pouco mais do 76 por cento foram estadounidenses, e tão só 3.4 por cento de canadianos. O 20 por cento restante dividiu-se entre colombianos, brasileiros, espanhóis, venezuelanos e franceses.

Outro dos reptos que a indústria tem vivido durante o arranque do ano é que pessoal das empresas turísticas se começou a contagiar de COVID nos centros de trabalho.

Contágios complicam a recuperação

O presidente do CNET, recordou que nas primeiras semanas de janeiro, um brote de ómicron afectou as tripulações de Aeroméxico, mas assegurou que em outros negócios, como em restaurantes e hotéis, faz falta pessoal para atender a demanda, ante o aumento de casos.

“Ficámos-nos sem pessoal, praticamente em alguns hotéis pelos contágios e as incapacidades que solicitam pela COVID-19″, disse Arsuaga.

De acordo com o Centro de Investigação e Competitividade Turística (Cicotur) da Universidade Anáhuac, em dezembro, o fluxo de viajantes internacionais que chegou via aérea ao país teve uma queda do 1.5 por cento com respeito ao 2019, uma cifra que sugere que o turismo não se viu afectado nesse mês pela variante ómicron.

A Secretaria de Turismo prevê que ainda neste ano, a contribuição do turismo ao PIB esteja por embaixo dos níveis prepandemia: enquanto em 2019, a actividade turística representava o 8.7 por cento da economia mexicana, para este ano, o governo prevê que esse contribua do turismo esteja em 8.3 por cento.

Ainda que fala-se de uma recuperação do sector hoteleiro, as cifras do governo deixam ver que ainda se está longe dos níveis anteriores ao novo coronavirus: em derrama económica, o país está 55 por cento atrás, enquanto a ocupação hoteleira localiza-se 34.2 pontos percentuais embaixo da do 2019.

Pese às petições do CNET quanto a apoios governamentais e iniciativas legislativas, a federação não tem prestado apoio aos empresários hoteleiros e inclusive, retirou os recursos para promoção que proviam/provinham do Direito de Não Residente.

Estes recursos, seriam originalmente utilizados para financiar o Comboio Maya, mas faz um par de meses, o agora extitular do Fonatur disse que estes recursos não se utilizaram para o projecto ferroviário.

“Não sabemos que lhe fizeram a esses recursos”, respondeu Arsuaga ao respeito desse orçamento que ajudava à indústria a coordenar uma equipa para fortalecer a marca México, promover ao país e, em momentos difíceis, manejar as crises para evitar que o país fosse afectado.

Do Conselho de Diplomacia Turística, que foi criado para promover a México no estrangeiro, o líder dos empresários turísticos asevera que não tem servido.

“Não tem personalidade jurídica e, por tanto, não pode receber recursos. Assim não é possível desenvolver as três tarefas fundamentais da promoção: relações públicas, manejo de crises e fortalecimento da marca México no estrangeiro”, indicou Arsuaga.

Desaconselham viajar a México

A inícios desta semana os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) de Estados Unidos desaconsejaron viajar a México pela alta incidência do COVID-19.

Junto a México, Estados Unidos agregou a uma dezena de destinos, entre eles Brasil, Equador, Paraguai, Singapura, Kosovo e Filipinas, ao máximo nível de alerta pela pandemia.

“Evite viajar a México”, assinalou a agência de saúde em sua alerta. “Se deve viajar a México, asegure-se de estar completamente vacinado dantes de viajar”. (Fonte: elfinanciero.com.mx)

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