Portugal e Espanha reforçam seu aposta pelo Caminho luso da Costa
(EFE).- Portugal e Espanha reforçaram hoje seu aposta pelo Caminho de Santiago que decorre pela costa lusa, a terceira rota jacobea em território português, porta primeiramente a Galiza de um importante fluxo de turistas extracomunitarios.
"O Caminho de Santiago é marca Galiza, é nosso melhor embaixador, mas também uma oportunidade de desenvolvimento para todos os territórios pelos que passa", afirmou a diretora de Turismo de Galiza, Nava Castro, que percorreu parte do traçado do caminho junto a autoridades portuguesas.
"Vamos arrancar com um milhão de euros" de instituições de turismo lusas para promover as três rotas jacobeas de Portugal, apontou o presidente de Turismo Porto e Norte, Luis Pedro Martins.
As expectativas em território português são altas, centradas na recuperação dos turistas de países tradicionais "que nos vinham visitando" como Estados Unidos e Brasil, que figuravam entre os primeiros postos do ránking, indicou a Efe Castro.
Em conjunto, Espanha e Portugal prevêem um investimento de 10 milhões de euros nas diferentes rotas do Caminho em ambos países durante os próximos anos.
O Caminho da Costa percorre 138 quilómetros desde Porto a Valença e acaba de ser certificado pelas autoridades de ambos países.
"É um dia muito especial", explicou a Efe Nuno Almeida, diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial da Eurorregión Galiza-Norte de Portugal.
"Volta a ter um interesse muito grande" pelo Caminho, apontou Almeida, confiado nas possibilidades que oferece esta rota porque "nossa porta principal em termos de receber viajantes e, por tanto, peregrinos que vêm de fora de Europa, é o aeroporto de Porto".
Quase 100.000 pessoas escolheram a rota portuguesa para chegar a Santiago em 2019, dos quais o 25% eram portugueses.
No ano passado, no entanto, em plena pandemia, só 42.000 escolheram a rota portuguesa.
O Caminho Português é já a segunda via mais utilizada pelos peregrinos para chegar a Santiago de Compostela e soma-se ao "Caminho do Interior" -nasce em Viseu e chega até a fronteira de Chaves- e o denominado "Caminho Central Português", que parte da catedral de Lisboa e discurre por Coimbra até enlaçar com Porto.
Ademais, na zona de Porto-Norte de Portugal ficam três caminhos pendentes de certificar e que, segundo Almeida, poderiam ser certificados neste ano "estruturando assim a conexão do Caminho Português a Santiago".