Turismo do Alentejo supera a Pandemia
Segundo entrevista com o Director do Turismo do Alentejo e, tendo em conta o panorâma nacional pandémico, prejudicial para o turismo nacional, os valores obtidos superaram bastante as expectativas previstas, sobretudo se se considerar que a região teve toda a sua capacidade hoteleira do Alentejo fechada, durante dois meses, de forma a cumprir as orientações e recomendações da Direcção-Geral da Saúde.
“Durante todo o ano, cerca de 25% dos hotéis nunca chegaram a abrir, tivemos, por isso, uma forte quebra na capacidade de acolhimento de turistas. Não obstante esses dados negativos, conseguimos atingir no final do ano, um extraordinário número, em termos de receita, entre 8 a 10% do valor alcançado em 2019, que foi o nosso melhor ano de sempre", afirmou o representante que explicou ainda que "Dentro do inventário de camas, muito mais baixo, ficámos quase igualitários ao nível obtido em 2019, o que nos permite concluir que se tivéssemos a nossa capacidade hoteleira a funcionar por completo teríamos chegado aos valores do referido ano, ou até, talvez, poderíamos ter ultrapassado."
Relativamente aos possíveis impactos negativos provenientes da aplicação das medidas de controlo da pandemia, como a exigência de certificado de vacinação e teste Covid-19 negativo, António Lacerda explica que ambas foram fundamentais para transmitir um ambiente e serviço seguros. “Todos nós estávamos à espera de algo que nos passasse confiança. Não há dúvida que tanto a testagem como a vacinação veio aumentar esse sentimento.”
O Director afirma que “até os operadores se sentiram mais confortáveis com as medidas anunciadas, tendo utilizado Portugal como exemplo a outros destinos – começando com o selo “Clean and Safety”, em 2020.” O próprio explica ainda que o país ganhou mesmo destaque entre os operadores, pois fôramos os visionários com o surgimento desta medida. “Capitalizámos muito.”
Para o Director do Turismo do Alentejo, os valores positivos até agora alcançados, são para manter em 2022. “A probabilidade de sucesso é bastante alta, já em 2019, 2020 e 2021 as taxas de ocupação média no Verão andaram sempre acima dos 90%.”
Este elevado aumento da procura, deve-se, em grande parte, por o Alentejo ser considerado uma região de pouco risco de contágio/transmissão da Covid-19. “Essa é uma das nossas maiores preocupações de momento: conseguir manter os bons valores que temos obtido, alargando grande parte da procura para os meses de sholder season.” O objectivo passa, então, por conseguir equacionar a procura durante todo o ano, tentando com que os meses de baixa procura subam a esse nível. “Em 2019 já estávamos conseguir determinar isso. A zona de Évora já quase não registava sazonalidade: começava a rentabilizar os seus serviços em Fevereiro e decorria com um bom registo até Novembro. O último mês do ano, pautado pelas festividades, compunha o orçamento do Dezembro. Em Janeiro aproveitava-se para dar folga à equipa de trabalhadores ou para fazer pequenas remodelações de intervenção.”
Todos estes feitos foram conseguidos antes do início da pandemia. O objectivo da região é que os valores se mantenham actualmente. "Pretende-se retomar essa dinâmica, influenciando turistas para a sholder season de forma a atingir taxas de ocupação mais estáveis, por um maior período de tempo", conclui o Director. (Tomado de oturismo.pt)
