Caribe: cinco países que recuperam turismo internacional preCOVID

26 de Abril de 2022 10:17am
Redação Caribbean News Digital Portugues
Destinos Caribe (foto Skyscanner)

Os destinos do Caribe e Latinoamérica lideram as previsões para o verão, segundo o relatório de Perspectivas do turismo mundial que ForwardKeys tem apresentado na Cúpula Global do WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo) celebrada em Filipinas.

Segundo o citado estudo revela como cinco dos seis países que para este verão recuperarão as cifras prepandemia em chegadas internacionais são do Caribe, encabeçados por Costa Rica, cujas reservas para o próximo período estival superam em 30% as registadas nas mesmas datas de 2019; ao que seguem Aruba (+23%), República Dominicana (+16%), Jamaica (+15%) e México (+14%). Em quinta posição coloca-se Paquistão, com um alça de 14%. Por sua vez Espanha encontra-se no posto 19 nesta mesma listagem de destinos mais resilientes de ForwardKeys apresentado por seu vice-presidente de Perspectivas, Olivier Ponti.

O primeiro país europeu que aparece no ranking de resiliência de ForwardKeys é Islândia, em décima posição, por adiante de Grécia (11), Portugal (17), Turquia (18), Espanha (19) e França (20); “todos, salvo Islândia, destinos de sol e praia”, como tem apontado Olivier Ponti.

No ranking de ForwardKeys dos destinos mais resilientes, nove são do Caribe e Latinoamérica, seis de Europa, três de África e Oriente Médio, e dois asiáticos. (Cliquem para ampliar a imagem).

O empurre do mercado estadounidense é o que está a impulsionar a recuperação, daí o óptimo comportamento dos destinos caribenhos, e em menor medida britânico, alemão e francês, conquanto o britânico não só se está a recuperar como emissor de turistas senão também como destino pela força que está a adquirir o turismo urbano, segundo tem indicado Ponti.

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Também ganham força em Europa, como tem sublinhado Olivier Ponti, “mercados mais pequenos em volume mas que no entanto estão experimentado uma recuperação bastante forte, como os países nórdicos, Dinamarca, Suécia e Noruega, fundamentalmente”.

Quanto a destinos de outros continentes presentes no citado ranking só aparecem dois asiáticos, Paquistão e Índia, e três de África e Oriente Médio: Tanzânia, Egipto e Qatar

A programação de voos estabiliza-se em 2022, com cifras significativamente superiores às de 2021, pelo que essa capacidade mais constante garante essa mesma estabilidade para os fluxos turísticos nos próximos meses. (Cliquem para ampliar a imagem).

Isso sim, como tem advertido Ponti, “devemos nos acostumar ao inesperado, como nos demonstrou o coronavirus, pelo que não podemos excluir que apareçam novas variantes. Das duas últimas incidências, a que tem tido um efeito mais duradouro tem sido a irrupción de ómicron, enquanto a guerra em Ucrânia está a ter um impacto mais limitado no resto do mundo, só acentuado no este de Europa”.

Prova disso é que, segundo tem explicado, “Europa tem conseguido um forte posicionamento para este verão apesar da guerra, que só está a afectar aos países do centro e este do continente. Mas que passará com a pressão da inflação nos preços dos bilhetes aéreos para umas companhias que estão a tentar manter a cabeça fosse do água? Pois depende da duração da crise em Europa”.

Apesar disso Ponti se mostrou “confiado, porque o desejo de viajar dos europeus e também fora de Europa se mantém, mas agora não podemos saber qual será o impacto negativo da pressão da inflação nos preços e seus efeitos na economia”

Recuperação a diferentes velocidades

O verdadeiro é que as cifras de ForwardKeys confirmam a recuperação a diferentes velocidades das regiões. Assim, no primeiro trimestre deste ano as chegadas internacionais se mantêm um 39% por embaixo das do mesmo período de 2019 em América, um -41% em África e Oriente Médio e um -53% em Europa, conquanto esta última percentagem estaria mais próximo do de África e Oriente Médio de não ter sido pela guerra de Ucrânia. Em media o turismo internacional segue um 59% por embaixo das cifras de 2019.

No entanto, comparando essas cifras com as do primeiro trimestre de 2021, observa-se uma forte recuperação liderada por Europa, com um alça de 350%, enquanto a média internacional situa-se em +200%

O segundo trimestre, como tem avançado Polti, “se apresenta mais prometedor para o turismo internacional, com umas reservas inferiores um 46% em media às do mesmo período de 2019. América lidera a recuperação com um -27%, seguida por África e Oriente Médio (-33%), Europa (-40%) e Ásia-Pacífico (-76%).

Olivier Ponti tem mostrado suas dúvidas sobre como afectará a pressão da inflação aos preços, e tem afirmado que tudo dependerá da duração da crise em Europa.

E é que a recuperação está intimamente relacionada com a reapertura de mercados emissores e destinos. No caso de Ásia-Pacífico, a região onde mais tarde se estão a reabrir, a grande pergunta é quando chegar-lhe-á o turno a Chinesa, enquanto destinos como Fiyi e Maldivas já têm mais reservas para este verão que em 2019, e Filipinas e Singapura são os que mais crescem.

A tenor dos dados, em ForwardKeys prevêem “uma aceleração da recuperação em Ásia-Pacífico neste segundo trimestre, para a que será chave recobrar o turismo intrarregional”

Tendências de recuperação

Nesse regresso paulatino à nova normalidade, Olivier Ponti tem assinalado quatro tendências que marcarão a recuperação da indústria turística mundial:

  1. Conquanto o turismo de férias continua liderando a recuperação, o de negócios também segue uma tendência ao alça, recortando diferenças.
  2. A reactivação está a ser mais forte no segmento premium, no que as reservas de voos internacionais em todo mundo de abril a junho de 2022 são um 27% inferiores às do mesmo período de 2019, em frente ao -47% em classe económica.
  3. Esta tendência coincide com uma forte recuperação do viajante frequente o que, em palavras do experiente, “é uma boa notícia para o sector, porque viaja mais com frequência e gasta mais, gerando assim mais benefícios económicos para as empresas”.
  4. Mesmo assim, o turismo urbano volta com força e reactiva-se especialmente nas grandes cidades, que recuperam atractivo depois de dois anos de pandemia.

Por todo isso Olivier Ponti se mostrou “otimista a respeito da recuperação da indústria turística internacional neste mesmo ano”. (Fonte: Hosteltur)

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