Cozumel e a paralisação da indústria de cruzeiros

22 de Fevereiro de 2021 10:52pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
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Por Armando de la Garza e Jorge Coromina

Cozumel é um dos três municípios mexicanos que mais empregos vinculados ao turismo tem perdido no meio da pandémia do novo coronavirus. Pese a que destinos como Cancún têm visto índices importantes de recuperação nos últimos meses, Cozumel depende quase inteiramente de uma indústria que está paralisada nestes momentos: os cruzeiros.

Em tempos prévios à pandémia, Cozumel recebia anualmente ao redor de mil e 400 cruzeiros que transportavam cerca de quatro milhões e 500 mil passageiros, o destino que mais cruzeiros recebia em nível mundial. Em cifras gerais, esses números representam o 10% do total de visitantes estrangeiros que chegam a México.

“A situação de Cozumel é terrivelmente complexa porque não contamos com um número de habitações hoteleiras que lhe permita aos 90 mil habitantes da ilha fazer frente a nossas necessidades. Eram os cruzeiros os que mantinham a economia da ilha e isto, de ser uma crise econômica, tem passado a ser uma crise social e humanitária”, disse Carmen Joaquín Hernández, ex presidenta de COPARMEX Cozumel e candidata a deputada pela coalizão eleitoral “Vai por México”, em entrevista telefônica com Caribbean News Digital.

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Carmen Joaquín Hernández, ex presidenta de COPARMEX Cozumel e candidata a deputada pela coalizão eleitoral “Vai por México”

 

A senhora Hernández não pensa que o turismo nacional, que tem “sacado a cara” por outros destinos mexicano, possa ser a solução do turismo de Cozumel. A ilha não produz nada e carece de alguns serviços, como serviços médicos adequados ou uma janela única de trâmites, comentou.

Talvez -explica- a solução estribe na chamada Lei de Ilhas, um projeto legislativo que ainda que não é novo, agora pudesse ganhar muita preponderância. A legislação permitiria que Cozumel seja considerada fronteira de México e desfrute dos benefícios que essa condição permita.

“A situação das ilhas, a vulnerabilidade das ilhas, tem que ser observada com mais clareza. Imagine a vulnerabilidade das ilhas em caso do passo de um furacão ou outro desastre natural. Não há ninguém mais vulnerável que os que vivem nas ilhas, onde a conetividade é um tema de vida ou morte”, explica a entrevistada.

“Só pedimos que se nos apoie no desenvolvimento turístico de Cozumel da mesma forma que se faz com outros destinos em terra continental, que se nos apoie no tema energético porque todo o que temos vem de fora, até a construção”, acrescentou.

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