Oito planos para viver um verão único no Alentejo
Ainda que o Alentejo é um destino ideal em qualquer época do ano, em verão a região impregna-se de uma magia e uma luz especial. Com mar e campo, cidades e pequenos povos, hotéis de luxo e acolhedoras casas rurais, este território oferece infinitos atractivos para apaixonar a todo o viajante que ponha um pé nele.
De facto, a região não só é o destino perfeito tanto para aqueles que queiram realizar actividades culturais, de natureza ou gastronómicas, também para os viajantes amantes do slow travel. Com um encanto especial que dificilmente se explica com palavras -sim, é desses lugares que há que os viver para os entender-, o Alentejo o tem todo para um verão único, seja quem seja o viajante.
Os planos são infinitos e variados segundo a zona, mas, se queremos centrá-los um pouco no mapa, a seguir, oito planos originais que não há que se perder este verão no Alentejo:
Viver numa casa flutuante por uns dias
Quem tem dito praia? Se o que se procura é viver uma aventura em todos os sentidos, não há experiência mais original que a de alojarse nos barcos-casa do porto desportivo de Amieira. Equipadas com todo o necessário para não renunciar ao máximo confort nem em pleno embalse de Alqueva, o maior lago artificial de Europa, estas casas flutuantes são a opção perfeita para contemplar a paisagem que rodeia esse enclave único enquanto se desfruta do bom clima e da tranquilidade que outorga a natureza.
Refrescarse com um bom vinho alentejano, elaborado inclusive por um mesmo!
Que o vinho é um dos maiores reclamos da região não é nenhum segredo. Os viajantes mais extraordinários podem deixar-se cautivar pelos elixires que se elaboram nas mais de 22.000 hectares de viñedos que se estendem por todo o Alentejo. Se, ademais, acompanham prova-a com manjares da terra como queijos, azeitonas e pães, a experiência será uma autêntica viagem através dos sentidos.
Aqueles que queiram desenvolver sua faceta enóloga podem inclusive participar na recolhida da uva e elaborar seu próprio veio através das rotas "Da terra à mesa", que acercam a cultura enogastronómica da região da mão de produtores locais.
Viajar no tempo até a época romana
Alentejo é como um grande museu ao ar livre. Dois dos melhores exemplos da presença romana na região encontram-se em Évora e Elvas, cidades declaradas Património da Humanidade pela UNESCO. No centro histórico de Évora pode-se visitar seu templo romano, construído entre os séculos I e II d.C, enquanto em Elvas destaca o acueducto de Amoreira, considerado o maior acueducto da Península Ibéria com 8,5 km de longitude.
Os amantes da história também não podem perder-se as ruínas da cidade romana de Ammaia, descoberta no final do século passado e onde se podem ver restos do foro, algumas termas e inclusive um anfiteatro.
Capela de ossos (sim, ossos)
"Nós, os ossos que aqui estamos, por vocês esperamos" é a inscrição que se pode ler na entrada da famosa Capilla dos Ossos ou Capela dois Ossos de Évora. Construída no século XVI por um fraile franciscano, trata-se de uma estadia completamente recoberta de ossos e cráneos provenientes dos cemitérios situados nos arredores da cidade. Seus muros e colunas, decorados com os restos de uns cinco mil esqueletos, são também um bom refúgio para as horas mais calurosas do dia.
Desfrutar de um concerto num castelo medieval
Se viaja-se ao Alentejo entre 22 e 31 de julho, não se pode desaprovechar a oportunidade de assistir ao Festival Internacional de Música de Marvão. Situado na cume de uma montanha, que é ademais o ponto mais alto de Portugal ao sul do Tajo, o castelo desta pequena localidade próxima à fronteira com Espanha é o palco escolhido pelos grupos que fazem parte deste evento musical único no mundo pelo meio no que se celebra. Desfrutar de música ao vivo enquanto ao fundo põe-se o sol sobre o campo alentejano é uma experiência que, sem dúvida, vai para além do que se pode esperar de qualquer viagem.
Dormir sob as estrelas
Com o bom tempo e o céu desocupado, há que pôr rumo à aldeia de Cumeada, em Reguengos de Monsaraz, onde se encontra o Observatório Dark Sky Alqueva, o maior de Europa Ocidental. A região foi a primeira do mundo em receber a certificação internacional Starlight Tourism Destination e, no passado ano, a iniciativa Dark Sky Alqueva foi galardoada com o Prêmio ao Turismo Responsável nos World Travel Awards 2021, considerados os "Oscar do turismo".
Alojamentos como Montimerso Skyscape Countryhouse, localizado na reserva Dark Sky Alqueva, permitem passar as noites observando a imensidão do céu alentejano.
Rodear-se de corcho, literalmente
O Alentejo conta com a maior superfície de alcornoques do mundo, árvore do que se extrai o corcho. A versatilidad deste material, unida a sua sustentabilidade, convertem-no num dos materiais mais utilizados na região; tanto é assim, que na localidade de Gavião existe um hotel que permite dormir em refúgios recobertos de corcho, Gavião Nature Village. Aqueles que queiram descobrir mais sobre este símbolo alentejano, também podem realizar a rota do corcho ou Grande Rotaciona do Montado, que atravessa nada menos que 14 localidades.
Alojarse numa herdade típica alentejana
Outra opção é a de alojarse em herdades, sítios situados às afueras dos povos e cidades, que aúnan o carácter tradicional da região com todas as comodidades. Muitas delas se encontram rodeadas de viñedos e têm adegas que se podem visitar em suas próprias instalações, como é o caso de Herdade dá Malhadinha Nova, em Beja, ou Herdade do Gamito, em Crato.
O bonus track? A todos estes planos há que lhe somar a luz tão especial do Alentejo.