Einstein no Brasil

26 de Setembro de 2008 9:27am
godking

Criada pelo Museu Americano de História Natural, em Nova York, a exposição Einstein ganhou uma versão brasileira e foi aberta ao público (24/9) em São Paulo, no Pavilhão Armando de Arruda Pereira, no Parque do Ibirapuera. Os organizadores esperam receber de 300 mil a 400 mil visitantes até o encerramento, no dia 14 de dezembro.

Apresentando objetos pessoais, fotos, cópias de cartas e manuscritos de Albert Einstein (1879-1955), a exposição aposta na interatividade e na tecnologia para explicar conceitos científicos relacionados às inúmeras contribuições do físico. Pela primeira vez ao hemisfério Sul, a mostra foi inaugurada em Nova York em 2002 e já recebeu mais de 2 milhões de pessoas nos Estados Unidos, Turquia e Israel.

O espaço da exposição também abrigará, nos fins de semana, um amplo ciclo de palestras relacionadas ao tema, com organização da revista Pesquisa FAPESP.

Praticamente todos os textos foram recriados e ainda foram acrescentadas duas instalações que não existiam originalmente: a seção "Átomo" e a seção "Einstein no Brasil".

A mostra não se restringe à compreensão das teorias desenvolvidas pelo físico alemão, mas apresenta também diversas dimensões de sua vida, como as viagens, os casamentos, a atuação pacifista durante a Segunda Guerra Mundial e a luta contra o racismo.

"A exposição é voltada não só para quem gosta de física, mas também para quem se interessa por saber mais sobre o mundo em que vivemos. A idéia não é que o visitante saia dominando conceitos da física, mas que saia com número ainda maior de perguntas, estimulado a saber mais", destacou Marcelo Knobel, coordenador-geral da exposição é professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor científico do Instituto Sangari, uma das instituições responsável pela mostra no Brasil.

A mostra inclui objetos do acervo pessoal do físico, como fotos em momentos de lazer, ou recebendo o prêmio Nobel, além de reproduções das cartas trocadas com Sigmund Freud - nas quais Einstein exortava o psicanalista a juntar esforços e usar a influência política de ambos para lutar contra a guerra.

Trechos dos diários de Einstein são apresentados, incluindo anotações sobre sua visita ao Rio de Janeiro: "Deliciosa mistura étnica nas ruas. Portugueses, índios e negros em todos os cruzamentos. Espontâneos como plantas, subjugados pelo calor. Experiência fantástica. Uma indescritível abundância de impressões em poucas horas", escreveu.

Estão presentes na exposição painéis explicativos e interativos sobre os conceitos relacionados a buracos negros, efeito fotoelétrico, reflexões sobre a luz e o tempo, gravidade, curvatura do espaço-tempo e a Teoria da Relatividade.

De acordo com o presidente do Instituto Sangari, Ben Sangari, a instituição planeja criar no Brasil um museu de história natural de classe mundial, nos moldes do existente em Nova York.

"O Brasil é um país que cresce rapidamente e já é um dos mais importantes do planeta. No entanto, é a única das grandes economias do mundo que ainda não tem um museu nacional de ciências. Estamos trabalhando para a criação do primeiro", destacou.

Segundo Sangari, o museu, que deverá ser criado em São Paulo, seria não apenas um pólo de pesquisa e conhecimento, mas também uma importante fonte geradora de trabalho e de renda para a cidade.

"O impacto sobre o turismo seria considerável. O Museu Americano de História Natural é o terceiro local de maior visitação nos Estados Unidos, depois de dois parques da Disney. Em São Paulo, um museu desses poderia ser um ímã para o turismo na América Latina, já que seria o maior museu do continente", afirmou Sangari.

Segundo Sangari, já há empresas interessadas em financiar o projeto. "A parte mais difícil é criar uma ponte para parcerias institucionais e internacionais que viabilizem o projeto, o que caberia a nós. Achamos que há condições para a criação de um museu monumental em São Paulo, que atrairia de 3 a 4 milhões de visitantes anualmente", disse.

Back to top