Historiador angolano defendeu na Colômbia o turismo de memória
Uma proposta de parceria entre o Projeto da “Place Fontenoy” e a iniciativa Triângulo Kanawa, assente na península do Mussulo, foi apresentada pelo historiador Simão Souindoula, durante a reunião bienal do Fundo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que terminou recentemente, em Bogotá, na Colômbia.
Simão Souindoula, vice-presidente do projeto da UNESCO “A Rota do Escravo”, disse ao Jornal de Angola que a proposta visa formalizar a parceria “já funcional” que engloba a zona do Mussulo, na capital angolana, “como o maior projeto de turismo de memória esclavagista, atualmente em África”.
O historiador referiu que a proposta é fruto de um acordo assinado em setembro de 2008, nos trabalhos da “Agenda Afro descendente nas Américas e Caribe” evento do qual participou, realizada neste mesmo país.
A reunião foi presidida pela diretora-geral da UNESCO Irina Bokova. O também vice-presidente do Comité Científico Internacional da UNESCO, Simão Souindoula, foi um dos orientadores do encontro que teve lugar na capital da Colômbia.
No decurso do balanço, os membros do Comité da UNESCO tiveram uma sessão de trabalho com os líderes da comunidade e das associações “níger”, em Cartagena das Índias, uma conferência na Universidade Nacional e uma visita aos vestígios esclavagistas deste significativo porto do mar do Caribe.
O historiador informou que o encontro reagrupou 20 membros, originários de África do Sul, Angola, Austrália, Barbados, Brasil, Canadá, Colômbia, Cuba, Espanha, Estados Unidos da América, França, Haiti, Madagáscar, Marrocos, México, Nigéria, Noruega, Sri Lanka, Tanzânia e Uruguai.
Os peritos debateram, também, as centenas de ações inovadoras e estruturantes de conservação e de exploração documental, de investigação histórica, antropológica e linguística, e ações ligadas às produções culturais e relativas à contribuição das “peças de Índias” na mineralurgia, epidemiologia e fisioterapia.
Além do balanço das ações realizadas pelo Comité Científico da UNESCO, durante o biênio 2009-2010, entre as quais sobressaiu a avaliação do apoio acordado às diversas celebrações dos Bicentenários da abolição da escravatura e à proclamação das independências dos Estados americanos e caribenhos, o encontro focou-se na decisão, em 2010, da Assembleia-Geral das Nações Unidas que declarou 2011 como o “Ano Internacional dos Afro descendentes”.
Fonte: Jornal de Angola