Lendas havanesas: O rei da Melodia

16 de Julho de 2018 3:18pm
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Lendas havanesas: O rei da Melodia

O século de XX era testemunha do nascimento de algumas figuras importantes da cultura cubana, como eles fossem os casos do escritor Alejo Carpentier e o músico Joseíto Fernández, entre outros. O primeiro era por excelência nosso grande novelista; o segundo era o compositor do tema musical mais interpretado e internacional de todos os tempos: Goajira guantanamera.

Centremos o nosso olhar na figura e personalidade de Joseíto.

O filho de José e dona Rosário Fernández, nasceu a cinco de setembro de 1908 entre as festividades da fundação do bairro, trezentos quarenta anos atrás.

Conta-se que nos dezesseis anos Joseíto já era considerado um real possível alfaiate com um grande futuro na ocupação; porém, para quaisquer outras pessoas a vocação dele era cantar as canções na moda e a constante presença dele no café Vista Alegre conhecido quartel geral dos trovadores desses anos.

Também conta-se que foi o músico Raimundo Valenzuela que primeiro permitiu-lhe cantar com os seus músicos em uma festa em casa da família de Gervasio Escobar - era comum que os filhos de um dos fundadores do bairro deram uma missa, retreta e festa de ascendência em homenagem para quem lhe antecedeu - e foi tal a surpresa do músico que lhe convenceu deixar a ocupação de alfaiate. Durante aquele tempo Joseíto tinha virado há pouco dezoito anos.

Deste modo, entre coser roupas e cantar onde lhe convidaram, chegaria para Joseíto a oportunidade que Raimundo Pia - o diretor e dono de um das orquestras de dança de moda - lhe levaram como cantor no mesmo momento naquele Pablo Quevedo e Cheo Marquetti salientavam no prazer popular. O primeiro com a orquestra de Antônio Maria Romeu e o segundo como "o Rei da Goajira de salão”.

Em 1928, o mesmo ano que Ignácio Pinheiro fundara seu Septeto Nacional no limite dos bairros de Pueblo Nuevo e Los Sitios.

Certo é aquele Pinheiro tinha mudado as regras do jogo musical. Agora era necessário terminar as danças com uma canção de estréia; e o cantor recentemente chegado propõe o seu diretor "um tema em tempo de goajira que há pouco compôs" e que tinha ensaiado com o pianista Ramón Dorka. A proposta consistiu em um quarteto simples no qual se improvisavam certas motivos. Os assistentes para aquela excursão os elaboradores de charutos naquele domingo dia dois de fevereiro de 1928, no parque de Palatino foram as primeiras testemunhas e admiradores daquela composição para a qual nomeou Goajira Guantanamera.

Depois daquela tarde-noite sua vida mudou, parou ser "Joseíto, o alfaiate Escobar” para ser chamado "o Rei da melodia." A Guantanamera transformou-se no tema de moda mesmo para abrir que fechar os bailes e os quartetos improvisados eram bons para cumprimentar mesmo às autoridades que as pessoas presentes na festa.

Joseíto Fernández era agora um homem famoso. Famoso entre os músicos, admirado antes das mulheres e um dos ilustres habitantes do bairro Los Sitios; para o que a sua condição social lhe permitiu mover a um das casas que ainda pertenceram à família de Don Gervasio na rua do mesmo nome durante aquele tempo: o que tinha prometido à sua mãe e na que ela viveu até a sua morte.

A Goajira Guantanamera começou seu caminhar para a música, a cultura e a vida cubanas. Durante um tempo era o tema de um programa radial de máxima audiência no qual foram comentados os eventos da crônica amarela. Foi o motivo musical que usou o músico espanhol Julián Orbón – na aquela altura residente em Cuba e fundador do grupo literário Origens- para recrear os Versos Sencillos de José Martí e, a coisa mais importante, é o tópico que une todos os cubanos onde quer que eles estejam sem atenção da raça, a crença ou religião.

A Goajira Guantanamera nasceu no bairro havanês de Los Sitios, aquele que para o qual cantaram quase quinhentos anos homens e mulheres. Aquele que hoje abre-se para o mundo e cria suas novas lendas e mitos.

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