O Son e a Conga, pérolas da música cubana

09 de Setembro de 2014 12:41pm
claudia
 O Son e a Conga, pérolas da música cubana

Quando se fala de Cuba, inevitavelmente se pensa na música, no dance, na ritmo do cubano como algo que nos identifica, e é o processo de transculturação da música cubana, o responsável pelo singular selo musical, que nos descobre em qualquer parte do mundo. Dando como resultado o Son cubano e a contagiosa Conga que acompanha nossas festas populares.

A origem de dança-a cubana ao igual que a do resto dos países se remonta ao início da própria existência humana. As expressões corporais representaram uma via importante de comunicação na formação de comunidades primitivas e atividade principal em cerimônias rituais.

Ainda que não podemos assegurar que estas manifestações dançarias dos primeiros povoadores estejam presentes em nossos dances atuais, é evidente que o areito, dance popular de nossos primeiros habitantes, possuía semelhanças com nossa atual forma de dançar. Os dados históricos nos documentos legados pelos chamados cronistas de Índias assim o demonstram: “(…) homens e mulheres e tomando-se as mãos misturados e guia um…..este a de guiar, ora seja homem, ora seja mulher, dá certos passos adiante e certos passos a depois de… andam como meio dessa maneira e diz cantando uma voz baixa ou moderada o que se antoja e com certa medida do que são os passos que anda dando, e de como ele o diz, lhe responde a multidão os que com o contrapasso e areito andam o mesmo, e com os mesmos passos e ordem justamente em tom mais alto.”  

Com o passo do tempo, os dances populares cubanos conservaram rasgos de preferência comuns, como por exemplo seu carácter colectivo, as formas coreográficas no dance de casino ou simplesmente casino, a maneira de círculos com um guia, e fundamentalmente o ritmo cadencioso e monótono que aumenta à medida que o tempo avança.

A dança popular tradicional cubana de hoje, parte em essência das expressões corporais que contribuem as migrações de península ibéria e de Ilhas Canárias, as danças de origem africano dos escravos trazidos de África Ocidental subsaariana. Também se foram agregando posteriormente as de algumas zonas da China e do Caribe, como Jamaica, Haiti e Ilhas Caimán.

A integração e assimilação destes diferentes componentes étnicos, possibilitou o surgimento do que hoje chamamos manifestações dançarias propriamente cubanas. O dance, colega inseparável da festa cubana, é um elemento que caracteriza nossa cultura.

Este dance que nos caracteriza, é uma grande simbioses que se foi gestando desde a época colonial, nos salões da burguesia colonialista e crioula onde prevaleciam os dances de quadros como os lanceiros, a quadrela, o vals, minuís e rigodones, todos dances de origem europeu. A dança, a contra-dança e o danzón fiseram se donos das ruas e salões como dances criados no país mais atraentes e vigorosos, que puseram de moda os dances de casal enlaçada, tendência até hoje preferida pelos cubanos.

Os dances de salão, eram reuniões pequenas, modestas, carenciadas de etiquetas, de gente crioula, aos que tinham acesso indivíduos de ambos sexos da raça negra e não se lhe negava a entrada aos blancos. As orquestras que acompanhavam estes dances eram de formato muito reduzido, só com os instrumentos necessários, três violines, um contrabaixo, uma flauta, um clarinete e um par de timbales.

Já na República, o son sintetizava a evolução de épocas anteriores. Nascido nas zonas rurais orientais, ainda que fazia-se dantes da guerra de independência não é até depois que esta termina, que irrompe nas zonas urbanas. Acompanhava-se da guitarra e o três; a parte mais grave fazia-se com a botija ou a marímbula.

Na capital a esta primeira e singela combinação de sensatas e som rouco agrelaram-se-lhe outros seis ou sete instrumentos dando origem aos sextetos ou septetos. Estes formatos continham uma ou duas guitarras, três, maracas, claves, bongó, marímbula, botija. Mais tarde substituíram-se a botija e a marímbula por um contrabaixo. Depois somam-se uma trompeta. A inclusão do piano, outros instrumentos de vento e sensatas, como violines dá origem a outros formatos como as orquestras charangas.

Um pouco para além da metade de o  século XX, o son foi recusado nos salões elegantes, mas impôs-se sua enorme força nacional pelo que se converteu em raiz da música popular e bailável cubana. O são como expressão dançaria de casal enlaçada, e a conga como dance de rua, de salões e ao ar livre, são os elementos que sintetizam o dance do cubano de nossos dias, com um selo indiscutível que nos diferencia e identifica do resto da música que se faz no mundo, inclusive dentro da música caribenha.

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