Ônibus de Santiago de Cuba

16 de Agosto de 2014 12:16am
claudia
Ônibus de Santiago de Cuba

No transporte público urbano de Santiago de Cuba, durante as décadas do 40 e 50 do século passado, participavam além dos legendários tranvias eléctricos, diferentes empresas de ônibus que cobriam itinerários locais e intermunicipais, bem como rotas nacionais, entre elas a que enlaçava as cidades mais importantes do país: Santiago de Cuba e Havana.

A fins de 1943 constituiu-se uma empresa com vistas a operar serviços de ônibus para o transporte de viajantes por estrada. Estes empresários de Santiago, compraram a companhia de Ônibus A Cubana, que tinha rotas de  Santiago de Cuba para Palma Soriano, Bayamo e a capital de Cuba: Havana. A empresa ficava, com suas oficinas e escritórios, em Santiago. 

Certa publicação da época escreveu: “Uma impressão de renovação e progresso marcou a nova administração que, conforme com os prestígios e predileção que desfrutou originalmente a Companhia, foi introduzindo melhoras no sistema e a equipa, se utilizando hoje as melhores unidades que circulam na estrada, detalhe que, unido ao trato cordial e cortês de seus tripulantes, segue justificando seu preponderância”.

Em 1948 constituíram-se as subsidiarias Ônibus A Criolla S.A. e Ônibus A Mambisa S.A. Os ônibus da primeira operavam a rota Santiago de Cuba-La Maya-Manguito, que depois se prolongou até Guantánamo, e também a rota que une a Camagüey com Vertientes e Santa Cruz do Sul. Os da Mambisa faziam percursos similares e especialmente a rota Santiago de Cuba-El Cobre.  

Outro jornal informava: “Chegam ao porto de Havana quinze ônibus adquiridos por Ônibus Consolidados A Cubana”. Trata-se de guaguas ACF Brills Coaches, do modelo IC-41, procedente dos Estados Unidos. Formados em caravana, fizeram a viagem inaugural para a zona oriental do país. Abria caminho, diante, um ônibus estranho, cuja barbatana traseira (sobre o teto) lhe dava um aspecto diferente, único.

Apodado pelo público que o via ir e vir de Santiago a Havana como  “O Tiburón” (devido a sua barbatana traseira no teto), temos podido averiguar que foi construído nas oficinas da Cubana enclavados então na partilha de Santiago, Sorribes. Quanto à barbatana de bicha, supomos que foi uma espécie de aerofólio estabilizador. O verdadeiro é que não encontramos um similar em todas as rotas do país.

Em sua viagem Havana-Santiago, a caravana de ônibus A Cubana entrou ao santuário do Cobre, onde, em frente à ermita da Virgem da Caridade, o arcebispo de Santiago de Cuba nessa época, monsenhor Enrique Pérez Serantes, abençoou os Brills entre diretores e condutores da empresa.

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