Passagens duma batalha submergida

25 de Maio de 2015 9:48pm
claudia
Passagens duma batalha submergida

No letargo a mais de um século está um dos patrimônios culturais e subaquáticos mais notáveis do mundo. Os acorazados Cristóbal Colón, o Almirante Oquendo e Vizcaya; os destruidores Furor e Plutão, narram na costa Sul-Oriental de Cuba as memórias do acontecimento do século XIX que mudou o palco geopolítico mundial. Mas como chegaram esses pecios a bordear a geografia marinha da vila oriental?

Ante a derrota terrestre do exército espanhol durante os primeiros dias da Guerra Hispano Cubano Norte-americana não fica outro remédio ao Almirante Cervera que mover da baía para que a Armada não fosse feita prisioneira sem combater.

É quando se produz em 3 de julho de 1898 o combate naval entre os navios do Cervera e a Armada de Sampson à entrada de Santiago de Cuba.

Foi um combate praticamente desigual em primeiro lugar por uma questão geográfica: a boca da baía santiaguera é de sozinho 300 metros e isso não permitia que dois barcos espanhóis saíssem ao mesmo tempo. Tinha ademais uma formação importante de acorazados norte-americanos fazendo uma espécie de semicírculo ao redor da entrada da baía e os barcos espanhóis foram saindo um a um.

O primeiro, o Infanta María Teresa com Cervera à frente, ao instante foi asediado, bombardeado e não teve mais remédio que o lançar a terra.

Depois saíram os torpederos, os outros acorazados e finalmente o Colón.

O Cristóbal Colón, o barco mais moderno da armada espanhola e o único que possuía um bom nível de carvão foi o que fez possível que se ganhasse velocidade e se pudesse romper o cerco norte-americano. O barco tomou caminho, mas foi perseguido por vários acorazados e já à altura do Turquino decidiram igualmente o lançar a terra porque não tinha nenhuma capacidade de escapatoria.

Leste foi o último. O resto: o Vizcaya, o Furor foram ficando no caminho e hoje esses barcos que integraram a armada de Cervera fazem parte do que é hoje o patrimônio submergido de Santiago de Cuba.

Estes barcos são de um valor inapreciável. Refere o conservador da cidade Omar López que “o ter toda uma armada te permite avaliar como sucederam os acontecimentos, quais eram as características das embarcações dessa época, têm inclusive o atrativo de que dois delas: o Oquendo e o Vizcaya sobressaem da linha de mar e seus torretas hoje são uma mostra visível do que significaram".

"A sua vez o Colón jaz no litoral do Turquino e são muitas as pessoas que tentam fazer uma imersão na história para tocar essas moles de aço que se integraram à geografia do mar. As âncoras, canhões, e diferentes partes, a proa, a popa destes gigantes mudos”, disse.

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