Pode o Caribe ser um destino para os turistas dos BRICS?

11 de Novembro de 2013 6:37am
claudia
Pode o Caribe ser um destino para os turistas dos BRICS?

Os Estados Unidos, o Reino Unido e Canadá seguem sendo a fonte primária de turistas para os destinos do Caribe. No entanto, com o mercado mundial fazendo-se a cada vez mais competitivo, os analistas predizem uma mudança nesse padrão e olham às oportunidades que oferecem os BRICS, finques hoje no turismo mundial.

Quanto mais países caribenhos, urgidos pela necessidade, buscam diversificar seus mercados emissores, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul “continuam mostrando um grande potencial como novas fontes emissoras de viajantes ao Caribe”, afirmava recentemente Chantal Figueroa, à frente da Junta de Diretores da CTO, em uma recente mensagem pelo Mês do Turismo Caribenho.

Para Keith Nurse, um especialista em turismo e diretor executivo de UWI Consulting Company, em Jamaica, há vários reptos gerais para aqueles destinos que pretendam atrair visitantes dos BRICS, principalmente em termos de marketing e conectividade aérea, e também reptos na cada caso em particular.

Brasil

No mês passado, o governador de Ilhas Vírgenes Britânicas encabeçou uma delegação de alto perfil a Brasil. Foi o último de uma série de esforços temporãos do Caribe para começar a capitalizar os benefícios que promete a relação com uma economia que se converteu na locomotora da América Latina.

Brasil é talvez o mercado BRICS de maior potencial para as nações caribenhas por sua relativa proximidade geográfica com respeito ao resto dos outros grandes países emergentes.

Por agora, a finque para o acesso dos países caribenhos ao mercado turístico do Brasil é, em grande parte, Panamá. Ainda que o brasileira GOL opera voos sem escalas a Barbados duas vezes por semana (e serviços de São Paulo a Santo Domingo e Ponta Cana), as maiores opções estão disponíveis via Copa desde Panamá, com voos a destinos como Nassau, Montego Bay, Porto Espanha, Ponta Cana e Curaçao, entre outros.

Para o governador de Ilhas Vírgenes Britânicas, a oferta “não pode ser só a regular de sol, praia e areia; há que oferecer mais pacotes com eventos, por exemplo torneios ou festivais. São coisas que deveríamos estar promovendo nesses mercados para estimular a demanda para nossos destinos”.

Rússia

O turismo russo para o Caribe tem estado crescendo nos últimos tempos. Neste ano, o ministro de Turismo de R. Dominicana disse que esse país esperava um importante volume de chegadas desde Rússia, até 164 mil em 2012, lhe fazendo o quinto mercado emissor para o destino caribenho.

Além de Dominicana, outros mercados com cifras importantes e crescentes de turismo russo são Cuba e México, mas também Jamaica tem ido crescendo lentamente nos últimos tempos, e já recebe voos sem escalas desde Moscou com a companhia Transaero.

Índia

No que se refere à Índia, um mercado longínquo e pouco conhecido no Caribe, a opção de destino mais lógica na região é Trinidad e Tobago, que tem fortes laços culturais e históricos com o país asiático.

Em abril passado, Caribbean Airlines, baseada em Trinidad, anunciou que reforçaria suas relações com Air Índia, com planos para um acordo de código compartilhado. Trinidad e Tobago, ademais, desenvolve um marketing específico para o mercado índio, com um escritório em Bombay. O maior repto na relação com a Índia é a conectividade.

China

China é o Santo Graal dos BRICS, com uma dinâmica economia e um crescimento sem precedentes da classe média, com um poder aquisitivo à alça e ávida de viajar. Neste caso, os analistas estimam que, além da conectividade, está a forma em que os turistas chineses tendem a visitar um destino, com tendência a controlar toda a corrente, desde a propriedade da linha aérea que se encarrega de transportar aos viajantes até a segurança de que as guias dos tours sejam chineses.

Ademais, os turistas chineses escolhem as viagens coletivas com maior frequência, em lugar dos comprados individualmente. Isso significa um tipo diferente do turismo de estância tradicional que tem recebido maioritariamente o Caribe desde mercados como Estados Unidos.

África do Sul

África do Sul é talvez o mercado emergente que mais reptos propõe ao setor turístico caribenho. Ainda que em uma viagem a Johannesburgo no passado ano a primeira ministra de Jamaica, Portia Simpson, destacou “a coincidência de nossa história e legado africanos”, ainda não há voos diretos entre esse mercado da África e os destinos do Caribe.

Para Figueroa, uma forma de avançar no meio deste panorama é a promoção dos destinos caribenhos com uma marca o Caribe e uma estratégia promocional baseada nos princípios do turismo sustentável.

“Sabemos a respeito dos países BRICS; há neles muita riqueza, uma importante soma de rendimentos disponíveis e gente que quer viajar e desfrutar outras formas de vida, incluídas as disponíveis em ilhas de clima cálido como o Caribe”, declarou meses atrás o ministro de Turismo de Barbados, Richard Sealy, mas, agregou, “devemos estar aí mostrando nosso produto, devemos penetrar em outras regiões do mundo”.

(Fonte: Caribbean Journal)

Back to top