Prêmios Excelencias: A excelência de Eusebio Leal
Andar à Havana é o que fazemos quem a diário partimos ao trabalho ou ao estudo a cada amanhã, os que desandamos as avenidas para voltar ao lar e não sair até manhã, ou tomamos um respiro dantes de ir a qualquer um lugar a matar o tédio. Andar à Havana é o que fazem também os que já aposentados, não desejam se encerrar entre quatro paredes, e inclusive aqueles que deambulam sem sentido e semeiam seu desídia no cada rincão da urbe.
Mas Andar à Havana possui faz anos a distinção que lhe deu quem a conhece como nenhum e nos ensinou à amar apesar de que já não é a cidade que foi e ameaça com não ser sequer a que sonhamos. Eusebio Leal é seu nome. Poucas pessoas têm a dita, como ele, de se saber veneradas o mesmo por trabalhadores, estudantes, aposentados, que por vadios que seu verbo fustiga.
A capital é outra desde que ele começou-la a andar. A palavra historiador perdeu seu académico significado e nutriu-se de sinónimos: movilizador de almas, aforrador de utopias, “fazedor” de milagres. Fachadas, muros, balcões da capital são outros quando Eusebio Leal se empenha nos resgatar, e até quando não pode o conseguir mas nos conta a sua história.
Quando o Grupo Excelencias outorgou-lhe ao Escritório do Historiador da Cidade um de seus prêmios anuais —os mesmos que em sua edição do 2015 serão entregues proximamente em sua querida vila de San Cristóbal e em Madri—, era um segredo a vozes que a distinção tinha nome e apelidos e pertencia por justiça a quem ostenta como melhor reconhecimento ver em sua Havana ou em Cuba toda o fruto da sua paciência.
O autor de imprescindíveis livros, folhetos, ensáios, prólogos e artigos sobre história, restauração e museologia publicados em todas partes do mundo, é ademais o orador que deixa boquiaberta a quanta pessoa escuta suas conferências ou aguza o ouvido para participar nas simples conversas que sua verbosidade converte em classes magistrais.
E é que sua sabedoria só ignora a existência do monumento que já se erige a sua figura no coração de todos os cubanos e que em algum dia levantar-se-á em alguma dessas ruas que a diário percorre Eusebio assim… como se nada.